Banco da China defende valorização gradual do yuan
A moeda da China deve se apreciar em relação ao dólar, mas de maneira gradual, avaliou o presidente do Banco da China, Li Lihui, antes da abertura do evento Diálogo de Negócios China-Estados Unidos, em Pequim, nesta sexta-feira, 19. Ele refuta, desta forma, as pressões dos EUA para que o país, a exemplo do Brasil, também adote o câmbio flutuante.
Publicado 19/08/2011 18:49
"A rápida valorização vai representar um forte golpe para as empresas chinesas, particularmente aquelas orientadas à exportação", observou Li. É só ver o que ocorre no Brasil, onde está em curso um processo caracterizado por muitos economistas como "desindustrialização", para concluir que o dirigente chinês está coberto de razão.
Segundo a agência de notícias Xinhua, o yuan já subiu mais de 20% ante o dólar desde que a China desatrelou sua moeda da divisa americana em 2005 como parte das reformas cambiais. No primeiro semestre deste ano, o yuan ganhou 2,33%.
"Esperamos que a taxa de câmbio entre yuan e dólar permaneça relativamente estável", afirmou Li, que acrescentou sua confiança no governo americano. "De todas as economias do Ocidente, a americana permanece como a mais robusta. A dívida dos Estados Unidos continua a melhor fonte das reservas cambiais estrangeiras", acrescentou.
Sobre uma possível nova rodada de medidas nos Estados Unidos, como compra de títulos, o presidente do Banco da China, o maior operador de câmbio do país, disse que isso é difícil de prever, mas, se lançada, não deve ser tão agressiva quanto as duas anteriores.
O Diálogo de Negócios é um dos eventos no âmbito da visita do vice-presidente dos EUA, Joe Biden, à China.
Com informações do Valor