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Israel bloqueia repasse de recursos da ANP

Israel bloqueou uma verba de US$ 106 milhões que deveria repassar aos palestinos, obedecendo acordo firmado com a Autoridade Nacional Palestina (ANP) para que pudesse pagar seus funcionários antes do fim do Ramadã.

O ministro das Finanças israelense, Yuval Steinitz, negou o repasse antecipado do dinheiro arrecadado em impostos e taxas alfandegárias, recolhidos de trabalhadores e mercadorias palestinas por Israel, informou nesta quarta-feira (30) o jornal Ha'aretz.

Steinitz bloqueou o repasse mesmo depois de funcionários de seu próprio ministério, do de Defesa e da Autoridade de Alfândegas terem apoiado a transferência da verba e apesar de haver um acordo firmado com a ANP sobre a questão.

Como consequência da decisão adotada pelo governo de Israel, destacou ao jornal um alto funcionário israelense, a ANP terá problemas para pagar milhares de empregados, incluindo membros das forças de segurança, ao concluir o mês do Ramadã, nesta semana.

A atitude fere abertamente o Acordo de Oslo, que determinava o repasse do dinheiro retido por taxas alfandegárias de Israel à ANP.

O chamado "Acordo de Paris" de 1995 estabelece que Israel deve atuar como agente de arrecadação dos impostos dos palestinos que trabalham em seu território, bem como dos depósitos efetuados em portos israelenses por mercadorias que têm como destino a ANP.

Apesar do dinheiro pertencer aos palestinos, Israel é quem libera ou não a transferência. Para bloquear o repasse das verbas já arrecadadas, ministro das Finanças se negou a concedê-la na sexta-feira (25) alegando que não havia chegado "o momento para fazer o repasse mensal".

Na realidade, o ministro das Finanças obedece a ordens emitidas por Benjamin Netanyahu, que pretende com isso provocar sofrimento aos palestinos sob a alegação que Israel sofrera ataques de "mísseis".

"No momento em que os palestinos disparam contra nós, não pretendemos dar presentes por conta das festas", ironizou uma das fontes que preferiu ficar no anonimato.

Não é a primeira vez que o dinheiro palestino é confiscado pelo governo israelense, que utiliza argumentos estapafúrdios para não liberar as verbas palestinas, como o de dizer que não deseja liberar dinheiro para "organizações terroristas".

Com agências