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Cesta básica volta a subir na maior parte das capitais

Ao contrário do que ocorreu em julho, quando 14 cidades registraram queda no preço dos gêneros alimentícios essenciais, em agosto 10 localidades indicaram alta no custo dos produtos básicos. O salário mínimo necessário para bancar as despesas previstas na Constituição foi calculado em R$ 2.278,77, um valor mais de quatro vezes superior ao do salário mínimo vigente.

Os dados constam da Pesquisa Nacional da Cesta Básica realizada mensalmente pelo Dieese – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – em 17 capitais brasileiras. Rio de Janeiro (4,82%), Porto Alegre (4,49%), Curitiba (2,19%), Aracaju e Florianópolis (as duas últimas com elevação de 2,02%) apresentaram os maiores aumentos. As retrações mais significativas foram apuradas em Fortaleza (-4,13%) e Natal (-1,70%).

Como o aumento do preço do conjunto de produtos alimentícios em São Paulo (1,28%) foi inferior ao verificado em Porto Alegre, o custo da cesta na capital gaúcha foi o mais elevado em agosto, com R$ 271,25. Em São Paulo, o valor do conjunto de alimentos correspondeu a R$ 266,75, vindo a seguir Florianópolis (R$ 260,00) e Rio de Janeiro (R$ 253,10). Aracaju (R$ 187,73), João Pessoa (R$ 202,47) e Fortaleza (R$ 205,84) apresentaram os menores valores.

Salário mínimo necessário

Com base no maior valor apurado para a cesta e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o salário mínimo necessário.

Para agosto, seu valor foi calculado em R$ 2.278,77 – que corresponde a 4,18 vezes o mínimo em vigor, de R$ 545,00. Para julho, o piso mínimo era estimado em R$ 2.212,66, ou 4,06 vezes o menor valor pago no país, enquanto em agosto de 2010, quando os preços dos gêneros essenciais estavam em queda, o mínimo necessário era calculado em R$ 2.023,89, o que corresponde a 3,97 vezes o piso de então, de R$ 510,00.

Variações acumuladas

De janeiro a agosto deste ano, a variação acumulada do preço da cesta é negativa em cinco capitais: Goiânia (-3,15%), Manaus (-1,57%) e Natal (-0,13%). Já os maiores aumentos foram anotados em Florianópolis (9,18%), Porto Alegre (7,57%) e Aracaju (6,74%).

Nos últimos 12 meses, de setembro de 2010 a agosto deste ano, nenhuma das capitais pesquisadas apresenta variação acumulada negativa. As altas mais significativas foram apuradas no Rio de Janeiro (19,45%), Florianópolis (17,52%) e Belo Horizonte (16,68%). As menores elevações ocorreram em Goiânia (6,19%) e Aracaju (7,30%).

Fonte: Dieese