ONU declara estado de crise de fome em região do sul da Somália
A ONU declarou nesta segunda-feira (5) o estado de crise de fome em outra região da Somália, Bay, que já é a sexta área do sul do país afetada por um problema que ameaça se expandir ainda mais nos próximos meses.
Publicado 05/09/2011 23:39
"Quatro milhões de pessoas estão em crise de fome na Somália, das quais 750 mil correm o risco de morrer nos próximos quatro meses se não houver uma resposta adequada", apontou a Unidade de Análise de Nutrição e Segurança Alimentar da Somália (FSNAU), ligada à ONU, em comunicado divulgado em Nairóbi.
"Dezenas de milhares de pessoas já morreram, a metade delas crianças", ressaltou a FSNAU.
Além disso, aos atuais afetados pela crise alimentar na Somália podem se unir outras 50 mil pessoas das áreas agrícolas de Gedo, Juba e Hiran, no sudoeste da Somália, indicou o órgão vinculado à ONU.
"Assumindo que continuem os atuais níveis de resposta, espera-se que a crise de fome se estenda ainda mais nos próximos quatro meses", advertiu a FSNAU.
Neste sentido, o ministro de Juventude e Esportes da Somália, Mohammed Muhyadin, fez um apelo à comunidade internacional nesta segunda-feira para que ajude o Governo Federal de Transição (GFT) a melhorar a segurança no país com o fim de assegurar que o material humanitário doado chegue às povoações afetadas.
"O deslocamento não é uma solução. É preciso chegar às pessoas em seus lugares de origem", disse o ministro.
A Somália é o país mais afetado pela fome e pela seca que castigam o Chifre da África, onde mais de 13 milhões de pessoas sofrem uma situação de crise humanitária, segundo números das Nações Unidas.
A FSNAU explicou que a ausência total de precipitações durante a temporada de chuvas de outubro a dezembro de 2010, além das poucas que caíram entre abril a junho deste ano, gerou a pior colheita dos últimos 17 anos.
"A isto se soma o fato de que a demanda por mão de obra se reduz e há um excesso de mortalidade entre os animais", bem como um aumento dos preços dos alimentos, acrescentou o organismo da ONU.
Segundo a ONU, o estado de crise de fome é declarado em uma região quando pelo menos 20% da população sofre com uma falta extrema de alimentos, mais de 30% sofre desnutrição aguda e a taxa de mortalidade é de mais de duas pessoas ao dia para cada 10 mil habitantes.
Em 20 de julho, a ONU declarou oficialmente o estado de crise de fome nas regiões de Bakool e Lower Shabelle, às quais se uniram em agosto Balcad e Cadale, além do campo de refugiados internos de Afgoye, em Mogadíscio.
Com agências