Presidente da Colômbia pede às Farc que abandonem as armas
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, visitou neste domingo (18) a cidade de Marquetalia, onde surgiram as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), e pediu que a guerrilha abandone as armas e renuncie à violência. "Nós estamos prontos para dar-lhes uma oportunidade na vida civil", afirmou o presidente em uma base militar.
Publicado 19/09/2011 10:44
"Aqui, onde as Farc nasceram há 47 anos, eu lhes envio uma mensagem: desmobilizem-se, deixei as armas e renunciem à violência", disse Santos. Esta foi a primeira vez em que um chefe de estado visitou a região onde as Farc surgiram. Marquetalia fica no Departamento (Estado) de
Tolima, no centro-oeste da Colômbia.
"Estou aqui hoje graças ao trabalho do Exército. Esse lugar é muito importante para as Farc e estar aqui significa que a política de Segurança Democrática tem conquistado resultados, ou seja, não existem mais regiões vedadas para a força pública", disse o presidente.
Santos afirmou que a guerrilha das Farc está cada vez mais enfraquecida. Segundo ele, neste último ano, cerca de 4.500 integrantes do grupo foram mortos, capturados ou desmobilizados.
A declaração do presidente foi feita depois que o diretor local da Cruz Vermelha Internacional, Christophe Beney, ter dito, em entrevista ao jornal El Tiempo, que acredita que tanto o governo como as guerrilhas querem a paz.
Segundo ele, o desafio é garantir que essas duas convicções podem se juntar, pois, em sua opinião, a paz no país será alcançada através do diálogo e não da rendição. "Estão criando um entorno favorável no governo, guerrilha e opinião pública para que a paz neste país possa ser conquistada pela via do diálogo e não pelas armas", disse.
Com relação à disposição da insurgência a depor as armas, Beney disse que todos os membros da guerrilha com os quais a Cruz Vermelha falou dizem que querem a paz, o que – ele lembrou – não é nenhuma novidade.
Ele também considerou que, com a chegada de Juan Manuel Santos à Presidência, há uma mudança de tom e houve o reconhecimento político do conflito armado interno. Por sua vez, descreveu como valioso os avanços legislativos, como a lei das vítimas e de terra, que foi conquistada há um ano.
Além disso, Beney reconheceu o trabalho da ex-senadora Piedad Córdoba em favor da paz, dao assinalar que sem a sua mediação não se teria sido capaz de promover as liberações unilaterais por parte da guerrilha.
"As três libertações em que eu participei se deram com um papel muito claro e evidente de Piedad Córdoba, sem a qual as libertações não teriam ocorrido."
Na última quinta-feira (15), Piedad Córdoba manifestou seu contentamento com as manifestações do presidente Juan Manuel Santos em torno da necessidade de chegar a uma solução para a busca da paz no país. A ex-senadora expressou que é necessário apoiar e impulsionar o mandatário na buscar da paz.
Com agências