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FED anuncia nova compra de títulos e acentua queda das bolsas

O Federal Reserve (FED, banco central dos EUA) anunciou nesta quarta, 21, que vai substituir alguns títulos em seu portfólio, comprando US$ 400 bilhões dos papéis com vencimento entre seis e 30 anos e vendendo igual quantidade de títulos com vencimento de até três anos.

Esta foi a decisão do Comitê de Mercado Aberto da instituição, ao fim de uma reunião que durou dois dias. O objetivo da iniciativa é "pressionar para baixo as taxas de juros de longo prazo e ajudar o financiamento”. Três diretores não concordaram com a decisão, que também não animou o mercado. As bolsas fecharam em baixa.

O FED também manteve no comunicado a intenção de manter as taxas de juros estáveis, entre 0 a 0,25% a.a, até meados de 2013. "A inflação parece ter moderado", afirma o órgão. O indicador preferido da autoridade monetária, que exclui os preços de alimentos e energia, subiu 1,6% em julho, ante o mesmo mês do ano anterior e cresceu 1% ante março.

Bolsas

As bolsas estadunidenses fecharam em queda, levando o índice Standard & Poor´s a ter a maior baixa em um mês. O resultado foi atribuído ao anúncio do plano de adquirir US$ 400 bilhões em títulos da dívida de longo prazo e aos crescentes riscos de deterioração do cenário econômico.

O S&P caiu 2,9%, para 1.166,76 pontos. O índice Dow Jones recuou 2,5%, ou 283,82 pontos, para 11.124,84 pontos. O Nasdaq perdeu 2,01%, para 2538,19 pontos.

"Os mercados prestaram atenção à revisão negativa das perspectivas econômicas dos Estados Unidos e elevaram o risco financeiro", disse Mohamed A. El-Erian, da Pacific Investment Management. "Eles reconheceram que enquanto as compras do FED podem influenciar o valor dos títulos e das hipotecas, sua eficácia é limitada para ajudar na recuperação econômica", afirmou.

A instituição já recorreu mais de uma vez à emissão de dólares para compra de títulos públicos e privados, mas isto não melhorou a situação da economia real. O desemprego continua elevado, estimado oficialmente em mais de 9%, a indústria está estagnada e o risco de uma nova recessão é grande. O FED e a Casa Branca parecem impotentes diante da crise.

Com informações do Valor