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Governo acredita que IPI maior vai gerar investimentos no futuro

O governo Dilma admite que o aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros importados é uma medida "protecionista" no curto prazo, mas no médio prazo acredita que ela gerará novos investimentos, inovação tecnológica e mais empregos no país.

A decisão, festejada pelas montadoras instaladas no país e criticada pelos importadores, foi tomada em caráter "emergencial e excepcional" segundo um assessor presidencial, seguindo a política de preservar o mercado doméstico brasileiro.

China

De acordo com o assessor, o governo optou por proteger a indústria brasileira em vez de manter as vantagens para consumidor, em geral de classe média, comprar carros importados. As vendas aceleraram neste ano, quando se observou uma expansão de 112,4% em relação a 2010, em função da queda do dólar.

Na avaliação do governo, o país não pode ter receio de ser acusado de protecionista porque o mundo todo está tomando esse caminho. A China, principal alvo da medida, é citada por técnicos como principal exemplo. "Eles não deixam a gente entrar no mercado deles e querem invadir o nosso. Não podemos ficar paralisados", diz um assessor presidencial sobre o aumento da venda de carros chineses no país neste ano.

Novas fábricas

O governo acredita que irá reduzir o tom das críticas nos próximos meses, quando devem ser anunciados investimentos em negociação com quatro montadoras para instalação de novas fábricas no país para garantir o pagamento de IPI menor.

Entre essas montadoras está a Hyundai, que será atingida pela decisão que eleva em 30 pontos percentuais a alíquota do IPI na importação de automóveis. Um assessor diz que as outras montadoras atingidas deveriam seguir o exemplo da Hyundai e instalar fábricas no país para escapar da nova tributação.

A equipe econômica faz questão de destacar que a medida não faz parte do regime automotivo e que ela vai durar até o final de 2012. A promessa é que, até lá, o governo exigirá mais investimentos em inovação tecnológica e redução de custos para manter o benefício fiscal das montadoras instaladas no país.

Fonte: Folha de São Paulo