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Golpistas líbios capturam filho de Kadafi

Efetivos e simpatizantes dos golpistas líbios festejaram nesta quinta (13) a captura de um filho de Muamar Kadafi em Sirte, enquanto prosseguiram a ofensiva na cidade mediterrânea, ignorando denúncias de abusos sistemáticos contra prisioneiros.

Com fogos de artifício, disparos ao ar e pronunciamentos triunfalistas, os chefes do autodenominado Conselho Nacional de Transição (CNT) anunciaram em Trípoli que Muatassim Kadafi foi capturado em Sirte e levado a Benghazi (oriente) para ser interrogado.

Ao propagar-se a notícia, pessoas afins ao CNT se reuniram na parte antiga de Trípoli com bandeiras dos golpistas e gritando "Allahu Akbar" (Deus é o maior), ao mesmo tempo em que chefes militares prometeram continuar a caçada de outros familiares de Kadafi.

A alegada captura ocorreu na quarta-feira (12) após um combate em um dos bairros da cidade natal de Kadafi, onde ainda acontecem sangrentos confrontos entre sublevados e seguidores do líder líbio, que tem seu paradeiro desconhecido desde o final de agosto.

Segundo diversas fontes nesta capital, Muatassim tentou escapar de Sirte em um carro com uma família. Eles pretendiam abandonar a cidade devastada por bombardeios aéreos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e ataques terrestres dos rebeldes.

Homens armados também dispararam ao ar em sinal de júbilo em algumas zonas do centro de Sirte, de onde conseguiram desalojar as forças pró-governamentais, mas prossegue com grande intensidade o que o CNT diz ser "o assalto final", apoiado pela Otan.

Para os golpistas, a captura de Muatassim é apenas a primeira de um membro da família de Kadafi. Eles nutrem a esperança de poderem localizar o líder líbio e Saif Al-Islam, outro de seus filhos com relevante protagonismo.

Os homens do CNT, que há quase um mês cercaram Sirte, fizeram avanços significativos no centro da cidade, com prévio ataque da Otan, e realizam "confrontos rua por rua e casa por casa", como descreveram residentes.

Chefes militares golpistas asseguraram que têm atualmente o controle de 80% da localidade, após sofrerem numerosas baixas frente às tropas pró-Kadafi, que nesta quinta-feira seguiam firmes nos bairros conhecidos como Número Dois e Dólar.

Enquanto isso, grupos de direitos humanos denunciaram que o CNT mantém em prisão 2.500 pessoas, entre elas subsaarianos acusados pelo conselho de mercenários, e a maioria delas é submetida a abusos como golpes com pedaços de pau e ataduras pelos pés, conhecidas como "falaga".

Os maus-tratos e a chantagem com comida e água para obrigá-los a fazer "rápidas confissões" são práticas também comuns, segundo revelaram presos e alguns guardas.

Fonte: Prensa Latina