Líderes europeus pressionam por mais sanções contra o Irã
Líderes da União Europeia (UE) pressionaram a comunidade nesta sexta-feira (9) pela adoção de mais sanções contra o Irã até o final de janeiro, usando como pretexto, mais uma vez, o programa de energia nuclear conduzido pelo país asiático.
Publicado 09/12/2011 15:48
No entanto, cientes da dependência do petróleo iraniano, os europeus evitam bloquear a compra do produto persa. Em lugar disso, pressionam os ministros das Relações Exteriores da União Europeia para que aumentem as sanções já existentes, que incluem congelamento de bens e proibição de viagens de pessoas supostamente envolvidas com o programa nuclear iraniano.
A Rússia, que desenvolve em conjunto com o Irã o programa de energia nuclear, desmente os regimes ocidentais. Segundo a chancelaria russa, o programa nuclear do Irã não possui componente militar.
"Não existe componente militar no programa nuclear iraniano", declarou no canal de televisão Russia 24 o vice-ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Riabkov.
Segundo ele, a Rússia tem dados confiáveis para confirmar este fato. Quanto às chamada provas da orientação militar do programa nuclear do Irã, elas simplesmente não existem.
Riabkov acrescentou que as dúvidas remanescentes e perguntas devem ser esclarecidas na mesa de negociação. É importante que o Irã coopere estreitamente com a AIEA, disse.
Na semana passada, chanceleres da UE se reuniram para aumentar as sanções contra o Irã nos setores de energia, transportes e bancário. Diplomatas disseram que uma proibição sobre as importações de petróleo iraniano para a Europa estava sob discussão, mas o assunto é deixado de lado por causa da forte dependência europeia do produto iraniano.
As sanções tiveram impacto sobre a economia do Irã, dizem especialistas, mas foram inúteis contra o programa nuclear do país. O Irã é o segundo maior produtor de petróleo da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e exporta 2,6 milhões de barris por dia.
A França, apoiada por Alemanha e Reino Unido, tem liderado na Europa os esforços para proibir a importação do petróleo iraniano na Europa, mas encontrou fortes reservas, devido à dependência dos europeus e à dificuldade de fechar contratos com outros produtores de petróleo para substituir o fornecimento feito pelo Irã.
A sanções adotadas contra o país fazem parte do roteiro de provocações que a "comunidade internacional" – leia-se Estados Unidos e seus satélites – segue com o objetivo de desestabilizar a região e o país. Fossem preocupações sinceras, Israel, possuidor de armas atômicas, já teria passado por sanções semelhantes.
Dentre as ações contra os iranianos já foram cometidos assassinatos de cientistas, são realizados vôos ininterruptos de aeronaves de espionagem dos EUA, são implantados espiões com trajes de "mochileiros" e cometem-se outras agressões, como a alegação de que o Irã pretendia assassinar o embaixador da Arábia Saudita nos Estados Unidos.
O programa nuclear do Irã, signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, é usado há mais de um ano como pretexto para ameaças contra o país, que detém o controle soberano da quarta maior reserva de petróleo do planeta, obtido ao expulsar do país em 1979 as petrolíferas testas-de-ferro do imperialismo.
Com agências