Guiné Bissau: governo ouve versão de militar sobre golpe
O governo de Guiné Bissau reuniu-se nesta quarta-feira (28) para "esclarecimento dos fatos ocorridos na madrugada de segunda-feira e a tomada das medidas que a situação impõem", segundo revelou a mídia africana.
Publicado 28/12/2011 15:32
O governo da Guiné-Bissau orientou ao Estado-Maior General das Forças Armadas e à Procuradoria Geral da República a abertura de inquéritos para o esclarecimento dos fatos ocorridos na madrugada de segunda-feira em Bissau, protagonizados por um grupo de militares.
A orientação saiu de uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, orientada pelo presidente da Assembleia Nacional Popular e Presidente da República interino, Raimundo Pereira.
Dela fizeram igualmente parte o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, e alguns membros do seu governo e, como convidados, o Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, Major General António Indjai, o seu adjunto e demais chefias militares.
A reunião, segundo um comunicado oficial, teve por objetivo "o esclarecimento dos fatos ocorridos na madrugada de segunda-feira e a tomada das medidas que a situação impõem".
O chefe de Estado Maior General das Forças Armadas informou aos presentes que "um grupo de militares efectuou um assalto ao paiol das Forças Armadas, situado nas instalações do Estado Maior do Exército, em Bissau, dele tendo retirado armas e munições que de seguida foram transportadas para o Estado Maior da Marinha".
Informou igualmente que "para além de altas patentes militares, também estão envolvidos neste processo alguns elementos civis, desconhecendo-se ainda as motivações que estiveram por detrás do acontecido" e que "parte significativa deste grupo encontra-se já detida e que a situação está sob o controle das Forças Armadas".
O comunicado refere ainda que António Indjai reafirmou perante o Presidente da República Interino "a total subordinação das Forças Armadas ao poder civil constitucionalmente instituído e a sua firme determinação em contribuir para a instauração de um clima de paz e estabilidade na Guiné-Bissau".
Na sequência disso, o presidente Raimundo Pereira orientou à Chefia do Estado Maior General das Forças Armadas e à Procuradoria Geral da República para que fossem imediatamente abertos inquéritos para o cabal esclarecimento da situação e identificação dos seus autores, os quais deverão ser submetidos às medidas de coação previstas na lei e levados à Justiça.
À população, pediu para que se mantenha tranquila, confiando na capacidade das instituições da República em resolver e controlar a situação e exortou o governo a prosseguir com as reformas em curso nos sectores da defesa e da segurança, as quais visam não só assegurar maiores condições de dignidade aos militares e agentes de ordem pública, como também modernizá-las.
Fonte: Panapress