Eliana Gomes divulga nota em apoio aos servidores de Fortaleza
Leia a seguir a íntegra do documento:
Publicado 17/02/2012 19:18 | Editado 04/03/2020 16:30
A demissão de 10 agentes da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços e Cidadania (AMC) em estágio probatório, pela prefeita Luizianne Lins, demonstra o endurecimento da gestão municipal perante a greve de funcionários do município. Demissão é um ato extremo, que acontece sobretudo quando os dirigentes lançam mão de atitudes autoritárias que comprometem os canais de negociação e impossibilitam o diálogo entre as partes. Na democracia, não é possível admitir, principalmente por quem lutou e luta para mantê-la, que demissões de trabalhadores em luta aconteçam. Esse acontecimento em nossa cidade, às vésperas de uma festa que celebra a vida e a alegria, preocupa a todos e a todas que pretendem manter a gestão pública e seus serviços com respeito aos trabalhadores e trabalhadoras.
Por isso, viemos à público nos solidarizar com todos os servidores públicos em luta e, em particular neste momento, com os 10 agentes de trânsito demitidos. Aos outros 95 em risco potencial de demissão, afirmamos que: (1) reconhecemos a necessidade e a legitimidade da luta dos servidores de Fortaleza e (2) estamos ao lado de quem se mobiliza neste momento, buscando reverter a decisão e contribuir para o reestabelecimento do diálogo entre as partes. Desde o primeiro instante em que os servidores municipais se manifestaram por melhores condições de trabalho e melhores salários, nosso mandato tem estado ao lado das categorias que estão mobilizadas. Para isso, compusemos a Comissão de negociação da Câmara Municipal de Fortaleza juntamente com outros parlamentares. Como integrante do legislativo municipal, o que nos é possível fazer nesse momento é buscar mediar uma negociação com a prefeitura e ampliar os canais de diálogo, procurando aumentar o espaço para as vozes dos servidores e das servidoras municipais.
A greve é um momento limite de reivindicação, exige paciência, disposição para o diálogo e respeito às regras estabelecidas por parte de quem está mobilizado. Em nome dessas exigências, consideramos a demissão de funcionários públicos, mesmo em estágio probatório, um ato extremo mais grave do que a greve, pois fragiliza completamente a vida de homens e mulheres que lutam por aquilo que consideram justo. Entendemos que a prefeitura deve reconhecer que ainda há espaço para o diálogo e que a luta, mais do que sua legitimidade, merece ter compreendida a sua necessidade. Desta forma, consideramos que a prefeita deverá dialogar e sentar-se à mesa com as lideranças, ampliando a negociação, para que ambos os lados possam chegar a um acordo.
Como militante das causas populares e estando a frente de um mandato cujo compromisso é a defesa dos trabalhadores e trabalhadoras, acredito no diálogo e sugiro essa atitude para a prefeita e as categorias em luta. Esse é o caminho para uma conversa aberta e franca, que encontre soluções progressistas e preserve o estado democrático.