Usina do Rio Madeira começa a operar; operários denunciam abusos
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou nesta sexta-feira (30) o início da operação comercial de duas turbinas da Usina Hidrelétrica Santo Antonio, no Rio Madeira, em Rondônia. As unidades geradoras UG1 e UG4 somam 139,180 MW.
Publicado 31/03/2012 10:13

Inicialmente, só funcionarão duas turbinas do tipo bulbo que estão conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Cada turbina tem capacidade para gerar até 71,6 Megawatts, energia suficiente para atender a cerca de 350 mil residências.
De acordo com nota do governo, a usina é um dos principais empreendimentos energéticos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A hidrelétrica está sendo construída no Rio Madeira, em Porto Velho (RO).
O governo anunciou que até o final de 2012, a usina terá 12 turbinas em geração comercial e, a partir de janeiro de 2016, com todas as 44 turbinas em operação, a usina irá gerar energia para abastecer mais de 40 milhões de pessoas em todo o país.
Em nota, a Santo Antônio Energia, concessionária responsável pela construção e operação da hidrelétrica, informou que a expectativa era de que o funcionamento da usina começasse em dezembro do ano passado. Mesmo assim, o cronograma da obra ainda está adiantado em relação ao previsto em 2007, quando foi feito o leilão de Santo Antônio, que estabelecia o início da operação para dezembro de 2012.
A hidrelétrica terá capacidade instalada de 3,15 mil megawatts e custo de cerca de R$ 16 bilhões. Santo Antônio e a Usina Hidrelétrica Jirau formam o Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira.
A concessionária responsável, que é formada pelas empresas Eletrobrás Furnas (39%), Odebrecht Energia (18,6%), Andrade Gutierrez (12,4%), Cemig (10%) e o Caixa FIP Amazônia Energia (20%), explorará a hidrelétrica por 35 anos.
Trabalhadores denunciam abusos
Em audiência pública realizada nesta sexta-feira (30) em Porto Velho, capital de Rondônia, promovida pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), trabalhadores das empresas terceirizadas que atuam na construção das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, pedem mudanças nas condições de trabalho oferecidas e reivindicam modificações nos contratos.
Segundo nota da CPT, será produzida uma carta relatando a situação de trabalho nas usinas e será entregue à presidente Dilma Rousseff nos próximos dias.
"A nossa luta é para conseguir colocar uma cláusula no contrato com as grandes empresas para que se responsabilizem pelos trabalhadores. Senão vai acontecer como em Belo Monte e se repetirá em outras tantas usinas. Todas elas são obras do PAC. São obras de responsabilidade do governo", ressaltou Maria Osânia, coordenadora regional da CPT de Rondônia
Com agências