Rebeldes tuaregues anunciam independência do norte de Mali
O grupo independentista tuaregue MNLA (Movimento Nacional de Libertação de Azawad) anunciou nesta sexta-feira (06) a "independência do estado de Azawad", região do norte de Mali, e pediu o reconhecimento da comunidade internacional.
Publicado 06/04/2012 09:46

Em comunicado assinado pelo secretário-geral do grupo, Bilal Ag al-Sherif, e divulgado nesta sexta-feira (6) em seu site, o MNLA insiste também no reconhecimento e no respeito das fronteiras dos países vizinhos.
Segundo Sherif, a decisão foi tomada após contatos com os diferentes órgãos representativos do movimento, que pegou em armas contra o poder central de Bamako em 17 de janeiro para exigir a autodeterminação de um território de 850 mil quilômetros quadrados.
Além disso, na nota, na qual reivindicam seu direito a fundar um Estado de acordo com as leis internacionais, se comprometem a "trabalhar para garantir a segurança e avançar em direção à construção das instituições, para finalizar com a redação de uma Constituição democrática para um Estado Azawad independente".
Na nota, a denominada comissão executiva do MNLA pressiona a comunidade internacional "a reconhecer, sem tardia, Azawad como um Estado independente".
A comissão afirma que se encarregará de administrar os assuntos do novo Estado até que se nomeie uma autoridade nacional azawad.
Em declarações à rede de televisão "France 24", Mossa Ag Attaher, porta-voz do MNLA, disse nesta sexta (6): "nesta noite foi proclamada solenemente a independência de Azawad".
"Reservamo-nos o direito à autodeterminação" recolhido nos tratados internacionais e "nos comprometemos a respeitar todas as fronteiras" que separam o Estado autoproclamado "dos países limítrofes", assegurou.
"Assumimos completamente o papel que nos incumbe para dar segurança a esses territórios", acrescentou o porta-voz. "Temos uma cultura milenar de tolerância, de não impor a ninguém nenhuma religião, e vamos seguir assim".
Há dois dias, o MNLA anunciou o fim "unilateral das operações militares", que entrou em vigor na quinta-feira (5), depois de o Conselho de Segurança da ONU ter pedido o fim dos ataques no norte de Mali.
Fonte:Ópera Mundi