Na França, Mélenchon condena bloqueio contra Cuba

O candidato da Frente de Esquerda à presidência da França, Jean-Luc Mélenchon, condenou o bloqueio dos Estados Unidos contra Cuba e exigiu o fim dessa agressão que viola o direito internacional. A declaração foi dada na sexta-feira (20) em uma coletiva de imprensa.

Ao ser questionado sobre a política para a ilha em um eventual governo da Frente de Esquerda ou em sua bancada na Assembleia Nacional, Mélenchon assegurou que toda discussão sobre Cuba deve partir do levantamento do bloqueio.

Não é possível – disse – pretender dar conselhos a Cuba, enquanto seu povo corre o risco de ser asfixiado pelos Estados Unidos.

Reiterou sua admiração e respeito pela Revolução Cubana e qualificou o bloqueio imposto em 1962 como uma política cruel, injusta, cara, violenta e imoral que causa graves sofrimentos a uma nação.

Afirmou que todos os países da América Latina e do Caribe, seja qual for seu governo, votaram contra essa medida unilateral.

Durante a coletiva, onde estavam presentes jornalistas de todo o mundo, Mélenchon também se referiu à decisão soberana da Argentina de nacionalizar parte da empresa Yacimientos Petrolíferos Promotores (YPF, Jazidas Petrolíferas Promotoras em espanhol) propriedade da espanhola Repsol.

Infelizmente, disse, as grandes companhias europeias priorizam em outras partes do mundo políticas de exploração seguindo o modelo neoliberal, em lugar de buscar uma relação de cooperação.

O candidato à presidência francesa declarou que felizmente há povos latino-americanos com os recursos e o poder suficiente para se opor a tais práticas, algo que não ocorre na África, onde a situação é desastrosa, assinalou.

Mélenchon reiterou uma vez mais a influência recebida dos movimentos sociais e revolucionários de países latino-americanos, como Equador, Bolívia e Venezuela, onde, disse, um importante papel social e político foi dado à população pobre, antes excluída.

Usou como exemplo o processo de discussão e redação da nova Constituição venezuelana, a qual teve uma ampla participação popular.

A Frente de Esquerda busca consolidar-se no terceiro lugar das eleições presidenciais da França, cujo primeiro turno se realizará no próximo domingo.

As últimas pesquisas publicadas na sexta-feira atribuem 14% de intenção de voto à Frente de Esquerda, em uma luta acirrada por essa posição com a Frente Nacional de ultra-direita, com a candidata Marine Le Pen.

Fonte: Prensa Latina