Eduardo Guimarães: A tragédia no metrô de SP era previsível
Ontem, 15 de maio, este blogueiro “sujo”, “primário” e “robótico” teve que fazer algo que tenta evitar a todo custo: usar o metrô de São Paulo. Por volta das 19 horas, na plataforma, no sentido Jabaquara, havia milhares de pessoas se espremendo.
Por Eduardo Guimarães, em seu blog
Publicado 16/05/2012 15:42
As que estavam na beira da plataforma, um empurrãozinho e cairiam nos trilhos. Os trens se sucediam em velocidade impressionante, mal saía um e já chegava outro, deixando ver que aquele fluxo era perigoso.
Dentro do trem, espremido, quase sem conseguir respirar, enervei-me e falei alto:
– Gente, vocês não acham que o povo de São Paulo deveria se revoltar e votar direito para tentarmos mudar esta situação absurda?
As pessoas pareciam conformadas. Nem me deram bola. Ninguém respondeu. O conformismo do paulistano com o sofrimento a que se submete todo dia é patente. As pessoas são tratadas pelos governos estadual e municipal como lixo e nem se dão conta.
Saindo do trem do inferno, digitei no Twitter, via celular, a seguinte mensagem: “Vocês que não são de SP não têm como entender do que se trata a situação do metrô, aqui. Fazia alguns meses que não usava. Nem sei descrever”.
Mais tarde, a mensagem profética: “Ainda vai acontecer uma desgraça no metro de SP. E o povo continua votando com o intestino. SP é um caso perdido”
Alguns leitores comentaram no Twitter a malfadada “profecia” que tenho o desprazer de ver se concretizar.
Como já disse várias vezes, não tenho bola de cristal nenhuma. Aliás, nesse caso, muita gente já deve ter previsto o que previ, ainda que sem essa precisão fortuita e trágica. Até porque, como o povo de São Paulo não reage, prever desgraças, aqui, é até covardia de tão fácil.
Concluo com outra previsão: Serra, Alckmin e a mídia vão dizer que é sabotagem do PT ou culpa do governo federal.