Seminário do PCdoB denuncia a “economia verde” de mercado
Seminário Nacional de Meio Ambiente Rumo à Rio+20 debate, no Rio de Janeiro, a política ambiental do PCdoB e os documentos comunistas para a Rio+20 e para a Cúpula dos Povos
Por José Carlos Ruy, do Rio de Janeiro
Publicado 28/05/2012 18:35

No último final de semana 87 pessoas, de 13 estados brasileiros, participaram no Rio de Janeiro do Seminário Nacional de Meio Ambiente Rumo à Rio+20, promovido pela Secretaria Nacional de Meio Ambiente do Partido Comunista do Brasil e pela Fundação Maurício Grabois. Nos dias 25 e 26 (sexta-feira e sábado), elas debateram a Politica Ambiental do PCdoB e a política partidária para a Rio + 20.
Na tarde da sexta feira o seminário foi aberto por Adalberto Monteiro (presidente da Fundação Maurício Grabois), que se referiu ao trabalho desenvolvido pelo PCdoB no sentido dominar os desafios da questão ambiental e formular uma política avançada para o setor, baseada na defesa do desenvolvimento ambientalmente sustentável.
Em seguida, Aldo Arantes, Secretário Nacional de Meio Ambiente do PCdoB e dirigente do Instituto Nacional de Pesquisas e Defesa do Meio Ambiente (INMA), apresentou a Política Ambiental do PCdoB, recentemente aprovada pela direção nacional do partido.
O interesse despertado foi grande e as intervenções atravessaram a tarde daquele dia, envolvendo dirigentes partidários, sindicais e de entidades do movimento social ligadas ao PCdoB, membros da assessoria técnica de parlamentares, militantes ambientais comunistas e parlamentares como a deputada federal Jandira Feghali (PCdo}B-RJ) e os deputados estaduais Luciano Siqueira (PCdoB-PE) e Eron Bezerra (PCdoB-AM), deputado estadual Eron Bezerra (PCdoB) e secretário estadual de Produção Rural do Amazonas (Sepror).
Jandira Feghali lembrou, em sua intervenção, o forte desenvolvimento da elaboração ambientalista no PCdoB, aludindo aos debates ocorridos durante a tramitação do Código Florestal no Congresso Nacional; ela chamou a atenção para as três dimensões – econômica, social e ambiental – que a questão envolve. Luciano Siqueira, por sua fez, defendeu a reforma urbana como fundamental em qualquer política de melhoria da qualidade ambiental para o povo.
Na segunda etapa do seminário, ocorrida no sábado, Aldo Arantes apresentou a Política do PCdoB para a Rio+20, expressa no documento “A Rio + 20 e o desenvolvimento sustentável soberano”; em seguida, Lúcia Stumpf, secretária nacional de Movimentos Sociais do PCdoB, apresentou o documento “Cúpula dos Povos: Movimento sociais em luta contra o imperialismo e o neoliberalismo verdes”.
O debate foi intenso, com forte oposição à proposta que a ONU apresentará à Rio+20, que – em nome de uma “economia verde” de mercado – reforça e aprofunda a mercantilização da proteção ambiental, favorece a especulação financeira neoliberal e ameaça a soberania das nações e dos povos ao defender a criação de uma agência ambiental internacional dotada de poderes para uma “governança global”.
Contra estas propostas foram consensuais, no seminário, a defesa do direito ao desenvolvimento sustentado e a denúncia da “economia verde” de mercado. Em sua intervenção, Eron Bezerra foi taxativo na caracterização dos ataques ao desenvolvimento, que ampara os interesses dos países ricos e da especulação financeira, como uma ideologia ambientalista que precisa ser combatida.
Várias pessoas se manifestaram também sobre os cortes anunciados pela presidenta Dilma Rousseff ao projeto de Código Florestal, que a Câmara dos Deputados aprovou em abril com fortes alterações que desfiguraram o projeto aprovado anteriormente pelo Senado. Na opinião geral os cortes foram considerados equilibrados e capazes de restabelecer o texto elaborado nos meses anteriores pela própria Câmara dos Deputados e pelo Senado.
Os documentos aprovados pelo seminário (que serão oportunamente divulgados) irão compor, juntamente com o texto com a política ambiental do PCdoB, um livreto a ser distribuído aos participantes da Rio + 20 que, juntamente com a edição especial do jornal Classe Operária, estarão entre os principais instrumentos para a difusão das ideias e propostas dos comunistas entre os participantes daquele evento e também da Cúpula dos Povos na Rio+20 por Justiça Social e Ambiental, que ocorrerá paralelamente à reunião da ONU e reunirá militantes da luta social e ambiental de todos os continentes.