Egípcios voltam à Praça Tahir e querem vetar aliado de Mubarak

Decepcionados com o resultado do primeiro turno da eleições, muitos egípcios continuaram mobilizando-se nesta quinta-feira (7) para vetar a candidatura de Ahmed Shafiq e exigir castigo severo para Hosni Mubarak, cuja saúde também é motivo de controvérsia política.

Enquanto centenas de milhares de pessoas programam nesta quinta-feira (7) a sexta noite consecutiva de protestos na central Praça Tahrir e outras cidades, o promotor geral do Egito, Abdel-Meguid Mahmoud, ordenou formar um comitê médico para monitorar a evolução do ex-mandatário.

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O promotor solicitou que doutores especializados sigam de perto a delicada saúde de Mubarak, que teve que receber oxigênio cinco vezes na quarta-feira (6) devido a problemas respiratórios pouco depois de ter sidp internado na Prisão de Torah, próxima à capital.

Mubarak foi condenado em 2 de junho a prisão perpétua junto com seu ex-ministro do Interior Habib O-Adli, por sua responsabilidade na repressão policial que causou a morte a mais de 850 manifestantes durante as revoltas contra seu governo em janeiro e fevereiro de 2011.

Depois de resistir à transferência do Centro Médico onde esteve enclausurado no último ano, o ex-mandatário sofreu depressão, crise nervosa e problemas respiratórios que obrigaram a interná-lo no hospital do cárcere, segundo fontes da penitenciária de Torah.

Os protestos prosseguiram nesta quarta-feira (6) à noite e preparam-se novas mobilizações nesta quinta (7) e sexta (8), já que a Corte Constitucional anunciou que analisará em 14 de junho a apelação da Comissão Suprema Eleitoral Presidencial (CSEP) sobre a lei de privação de direitos políticos que poderia invalidar a candidatura de Shafiq.

A referida normativa, aprovada o 12 de abril pelo parlamento de maioria islamista, propõe invalidar a Shafiq na segunda rodada das presidenciais o 16 e 17 próximos, dado que foi o último premiê designado por Mubarak dias dantes de renunciar.

Essa legislação impede de concorrer às eleições os que tiveram cargos de presidente, vice-presidente ou premiê do país nos 10 anos anteriores a 11 de fevereiro de 2011, quando Mubarak foi demitido, e esse veto seria válido pelos próximos cinco anos.

Com Prensa Latina