Dilma: Brasil tem forças internas para enfrentar crise ecônomica

A presidenta Dilma Rousseff disse, nesta terça-feira (12), que o grande desafio da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) é encontrar um modelo que combine desenvolvimento sustentável, crescimento econômico e inclusão social. A declaração foi dada em Belo Horizonte, onde a presidenta visitou obras de infraestrutura e na área de saúde.

Dilma em Minas

“É possível ter um país que se desenvolva economicamente, que cresça e inclua sua população, que seja um desenvolvimento do ponto de vista social, com justiça, e que, ao mesmo tempo, respeite o meio ambiente. É esse o grande desafio dessa conferência Rio+20”, disse a presidenta, ao discursar em Belo Horizonte, durante cerimônia de reformulação e modernização do anel rodoviário da cidade.

Segundo Dilma, a discussão sobre o desenvolvimento sustentável está na “ordem do dia”, embora muitos apostem que a crise econômica internacional poderá tirar a atenção das questões suscitadas por tal modelo de desenvolvimento. Nesta quarta-feira (13), a presidenta estará no Rio de Janeiro para a abertura do Pavilhão Brasil na Rio+20.

Crise internacional

Em seu discurso, Dilma tratou também falou também de outras consequências da crise internacional. Ela disse que nosso país tem forças internas para enfrentar as dificuldades, por ter feito o dever de casa, ter as finanças públicas sob controle e com capacidade de enfrentar a crise com seus próprios recursos. Ela disse ainda que no segundo semestre haverá um processo mais contínuo de investimentos no Brasil.

“Eu queria dizer para vocês que o Brasil tem forças internas para enfrentar essa crise, ele é diferente dos outros países da Europa que não têm forças internas. Nós estamos muito bem fincados nos nossos próprios pés. Nós temos política econômica consistente, nós não temos uma visão que acha que o ajuste é justificado e pode levar a que 54% da população de jovens de um país fique sem emprego, nós nunca achamos isso, nós temos uma política de defesa do emprego, sim.”

Estímulo ao consumo

Ao participar de cerimônia de assinatura do termo de compromisso para elaboração do projeto executivo das obras de modernização do Anel Rodoviário de Belo Horizonte, Dilma disse discordar das críticas sobre o estímulo ao consumo. Segundo ela, o governo não busca uma política de gasto fácil no Brasil e está voltado para perseguir o investimento.

“Não acho que essa história de que não é necessário construir é verdade, não concordo com isso. Não concordo com a história de que não é preciso estimular o consumo. O estímulo ao consumo é uma característica intrínseca do nosso modelo (…) Nós temos ainda um consumo extremamente reprimido das classes populares nesse país. É uma visão absolutamente equivocada achar que quem não tem uma melhoria de renda não quer comprar uma televisão, uma geladeira. Isso não tem nenhum problema, o Brasil comporta isso. Não temos um nível elevado de endividamento das famílias, é só pegar os padrões internacionais.”

Dilma também defendeu a política de conteúdo nacional nas compras governamentais e rebateu as críticas de que a Petrobras estaria com atraso na produção porque o governo não teria permitido a importação de sondas. Segundo a presidenta, o atraso na entrega de sondas foi de uma empresa estrangeira, e não dos fornecedores brasileiros. Dilma afirmou que o eventuais atrasos não devem ser atribuídos à política de compras do governo brasileiro, que, segundo ela, é correta e também praticada por outros países, como Estados Unidos e França.

Com agências