Uma conferência da ONU sobre o comércio de armas

Na próxima semana vai começar em Nova York a Conferência sobre Acordo Internacional de Venda de Armas. Um dos princípios fundamentais do documento será a proibição da venda de armas a governos que possam utilizá-las contra a população civil e em atos de genocídio.

Míssil

A idéia de instituir um código moral nessa área partiu de um grupo de prêmios Nobeis em 1996, mas só agora a proposta será deliberada pela ONU em busca de um acordo internacional sobre o comércio de armas. Os EUA foram o único país entre os maiores exportadores de armas a se opor, desde o inicio, a esse tratado. Mas agora o governo de Washington tem apoiado a eventual adoção deste documento.

A atual situação na Síria e os debates em torno do fornecimento de armas às zonas de conflito armado põem mais lenha nesta fogueira. Especialistas prevêem o perigo de uma errata mesquinha no texto do documento poder servir de pretexto para iniciar uma intervenção militar ou justificar crimes internacionais, como foi no caso do assassinato de Muammar Kadafi na Líbia.

No dizer de peritos militares norte-americanos, Washington terá sérias dificuldades em relação ao apoio a seus aliados no Oriente Médio se um acordo for adotado. Os EUA procurarão, antes de tudo, opor-se à criação de um organismo internacional para supervisionar a conduta de países exportadores de armas. Eles têm fortes interesses no setor; em 2012, conforme estimativas do Pentágono, as exportações de armas e material bélico nos EUA deverão atingir um patamar recorde de 60 bilhões de dólares.

Com informações da rádio Voz da Rússia