Denúncias indicam que mexicanos foram obrigados a votar no PRI
Após dias de protestos por conta do resultado da eleição presidencial, o México vive momentos de incerteza. De um lado, fontes oficiais como o IFE (Instituto Federal Eleitoral), o presidente Felipe Calderón e os principais meios de comunicação declaram a vitória de Enrique Peña Nieto, candidato do PRI (Partido Revolucionário Institucional). De outro, continuam as manifestações e surgem cada vez mais provas de que houve corrupção, compra de votos, violência, abuso, assassinatos e roubo de urnas.
Publicado 11/07/2012 17:37

Manifestantes protestam contra irregularidades nas eleições mexicanas. Foto: EFE
Ainda segundo Vázquez Robles, os pistoleiros ameaçaram atear fogo às casas de centenas de famílias de Chihuahua que não votassem no PRI. Em Durango, ameaçaram de morte representantes de outros partidos. Em Sinaloa, homens encapuzados e armados instalaram placas nas rodovias. Para os que se aproximavam diziam: “Só os do PRI e os do IFE passam, ninguém mais”.
"Aliança"
“Parecia que havia de fato uma aliança entre eles: nossos representantes gerais, os fiscais de urnas e até mesmo nossa militância estavam ameaçados. Disseram-lhes: ‘Se o PAN vencer ou se votarem no PAN, suas casas pegarão fogo e suas famílias sofrerão’”, disse o dirigente. “Não denunciamos porque as pessoas têm medo. São municípios onde manda quem tem poder econômico, com atividades ilícitas.”
São centenas as denúncias de militantes ou fiscais de urnas que se disseram perseguidos por homens armados ou por policiais e obrigados a voltar vigiados para suas casas para que não pudessem mais sair. Este é o cenário eleitoral vivido em muitas partes do país, algo definido como “pacífico”, “democrático” e “tranquilo” tanto pelo presidente do IFE, como por Peña Nieto e Calderón.
A cada dia tornam-se públicos testemunhos deste tipo, enquanto presidentes de vários países se apressam em parabenizar o candidato do PRI para não colocar em discussão acordos comerciais e interesses diplomáticos. A compra massiva de votos, a intimidação e a violência acabam sendo a melhor estratégia eleitoral no México.
Fonte: Ópera Mundi