Haiti: ativista relata problema agrário e luta campesina no país

O Haiti é um país com maioria campesina, no entanto, isto não quer dizer que haja terra para todos e todas cultivarem e viverem dignamente. O governo deste país estima que 65% da população esteja no campo, já Chavannes Jean-Baptiste do Movimento de Papaye (MPP) e da Via Campesina, assegura que pelo menos 80% vive na área rural.

Antes do terremoto de 12 de janeiro de 2010 a situação já era delicada pela falta de terras que, como em outros países, estão nas mãos de grandes proprietários. Hoje, as circunstâncias são ainda mais graves. Com a chegada de famílias da cidade que perderam suas moradias durante o terremoto o campo inchou e a cada dia oferece menos condições dignas de vida para homens e mulheres.

Jean-Baptiste revela que a atual situação do campesinado haitiano é de miséria, já que mais de 60% dos campesinos vivem com cerca de um dólar por dia e 80% com menos de dois dólares. O ativista relembra que o problema é estrutural e vem desde a guerra pela independência, quando os chefes militares monopolizaram as terras e deixaram os combatentes, que lutavam por um pedaço de chão, sem nada. Fazendo assim com que estes fossem obrigados a trabalhar em terras do estado ou de autoridades.

Aos poucos e por conta desta política de monopólio de terras, a agricultura foi deixando de ser a base econômica do Haiti, que hoje quase não exporta, produz apenas 40% da alimentação interna e escolheu como saída comprar comida de países como a República Dominicana e os Estados Unidos.

Para conhecer mais sobre a resistência e a luta campesina neste país assista ao vídeo gravado por Jean-Baptiste com esclarecimentos que desvendam o problema histórico no campo (em espanhol):