Rússia: Sanções ao Irã e Coreia Popular minam esforços coletivos

O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, não vê outra alternativa a não ser uma solução negociada para os programas nucleares do Irã e da Coreia Popular.

Durante o encontro de ministros dos países participantes da Conferência sobre a Interação e as Medidas de Confiança na Ásia (CICA), Lavrov declarou que “entre os temas internacionais mais urgentes estão a situação do programa nuclear iraniano e a questão nuclear da península da Coreia”.

"Não enxergamos outra alternativa para a solução dos problemas a não ser a via das negociações", completou, ao afirmar que este o único caminho para Teerã e Pyongyang conseguirem dar fim às pressões praticadas pelo imperialismo.

Ainda segundo o ministro das Relações Exteriores, o aumento da tensão e as sanções unilaterais apenas minam os esforços coletivos.

“Os riscos são grandes demais e é preciso renunciar imediatamente ao estabelecimento do confronto. E aqui a autoridade da CICA também pode desempenhar um papel benéfico”, acrescentou Lavrov.

Atualmente, quatro resoluções de sanções do Conselho de Segurança da ONU estão em vigor em relação ao Irã. Além disso, outras resoluções que exigem a garantia de total transparência no programa nuclear e a comprovação de seus fins exclusivamente pacíficos foram aprovadas de modo unilateral por uma série de países e organizações.

Programa nuclear pacífico

Os EUA e seus satélites afirmam que o Irã está desenvolvendo armas nucleares sob a fachada de um programa atômico com fins pacíficos. Teerã divulga publicamente que enriquece urânio a 20%, mas assegura que o programa tem como único objetivo único atender às necessidades energéticas do país.

Desde 2003, o grupo dos seis mediadores internacionais, de que participam representantes da Rússia, Reino Unido, China, EUA, França e Alemanha, juntamente com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), pressionam o país para que cesse os trabalhos de enriquecimento de urânio, alegando que o processo pode "representar uma ameaça ao regime de não proliferação nuclear".

O Irã já demonstrou que pode deixar de lado o processo de enriquecimento. Em maio de 2010 concordou com uma proposta feita por Brasil e Turquia, de processamento e troca de urânio processado, mas o acordo foi violentamente combatido pelos Estados Unidos e seus aliados, que na realidade aproveitam-se do projeto nuclear iraniano para pressionar e fustigar o país persa com medidas econômicas.

Coreia Popular

Ocorre algo semelhante, já que o país entrou em acordo por mais de uma vez com os Estados Unidos para trocar a cessação do seu programa em troca de produtos agrícolas. No entanto, os Estados Unidos se utilizaram de pretextos para suspender ou anular os acordos, fazendo com que o governo da Coreia Popular desse prosseguimento ao seu programa militar nuclear.

O país renunciou ao tratado de não proliferação nuclear e em 2006 e em 2009 realizou testes de dois dispositivos nucleares explosivos.

As negociações do grupo dos seis sobre o desarmamento nuclear da Península Coreana, com a participação de diplomatas da Rússia, EUA, Japão e Coreia do Sul, não surtiu efeitos. Os Estados Unidos se recusam terminantemente de retirar suas armas atômicas da parte sul da Península Coreana, o que dificulta ainda mais o diálogo entre as partes.

Com agências