Assad reitera convite ao diálogo e rejeita intervenção externa
O governo sírio está aberto a negociar com os grupos da oposição armada, disse o presidente do país, Bashar al Assad, em entrevista exclusiva à revista semanal Al Ahram Al-Araby, divulgada nesta sexta-feira (21). Segundo o mandatário, essa é a única opção viável aos rebeldes sírios, que estão fadados a perder o conflito.
Publicado 21/09/2012 12:32
“Os grupos armados exercem terrorismo contra o estado”, disse Assad na sede presidencial em Damasco. “Eles não são populares entre a sociedade. Eles não serão vitoriosos no final”, acrescentou.
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O presidente explicou a Al Ahram que “apenas negociações com a oposição podem solucionar a crise” e acrescentou que “a porta para o diálogo está aberta”, segundo reportou a rede Al Arabyia. "A violência, sem dúvida, é inadmissível e o Estado não permanecerá com as manos atadas frente a aqueles que levantem as armas contra ele".
Em março de 2011, Assad convocou os opositores de seu país a concertar opiniões para examinar suas propostas, elaborar uma nova Constituição e se incorporar à vida política nacional, sempre e quando não se tratarem de partidos com sedes no exterior ou de base confessional.
“A mudança não pode ser alcançada por meio de intervenção externa”, disse Assad, reafirmando que o regime sírio não terá o mesmo rumo que o governo líbio de Muamar Kadafi. O presidente sírio também acusou estados árabes e os Estados Unidos de armarem os rebeldes e interferirem na situação política do país.
Turquia, Catar e Arábia Saudita “usam o poder do dinheiro e giram em torno da órbita do Ocidente ao fornecer armas e dinheiros a terroristas para repetirem o cenário na Líbia”, afirmou ele ao Al Ahram segundo o site da revista em inglês. O presidente sírio garantiu que estes países apenas trouxeram a instabilidade para o Oriente Médio.
“Eles (Turquia, Catar e Arábia Saudita) viram dinheiro em suas mãos depois de um longo período de pobreza e pensaram que poderiam escrever a história e exercer um papel regional”, afirmou Assad. “A ideia generalizada, no entanto, de que a Arábia Saudita, Síria e Turquia são a pedra angular de estabilidade na região é falsa. Ele sempre foi, e continuará sendo, Síria, Iraque e Egito", acrescentou ele.
Com agências