Estrondos causam pânico e suspendem prova do TRT na UNIP

O exame era aplicado no Distrito Federal e no estado de Tocantins, mas precisou ser adiado em função do deslocamento de parte do piso de duas salas, no Bloco A e no Bloco I, que, segundo testemunhas, ficou em forma de pirâmide. As provas serão reaplicadas, mas não há previsão de data. Desesperado, um dos candidatos se jogou do 1º andar do prédio e acabou se ferindo. Frederico Made Vellasco, 23 anos, apresentava um corte na cabeça e sentia fortes dores na região lombar, mas não corre risco de morte. Na tarde de ontem, ele teve alta do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF). Outras quatro pessoas passaram mal após o episódio, duas delas gestantes. A maioria teve crise nervosa.

Técnicos da Secretaria de Defesa Civil realizaram vistoria no edifício na tarde de ontem. Segundo o subsecretário de operações da pasta, Sérgio Bezerra, as salas 101 e 107 — distantes cerca de 100 metros uma da outra — ficaram comprometidas. “Ocorreu dilatação do material do piso, algo comum nessa época do ano em Brasília em função da transição do calor para frio e do frio para o calor. Mas se trata de um processo natural”, pontuou. Bezerra foi contundente ao descartar falhas estruturais na edificação ou risc o de desabamento. Ele ponderou, contudo, que o revestimento usado na construção do prédio é inadequado. “Pode ter sido aplicada uma argamassa velha ou um material muito barato”, sugeriu.

Rapaz ferido passa bem

Frederico Made Vellasco, 23 anos, que se jogou do prédio da Universidade Paulista (Unip) na manhã desta domingo já teve alta do Hospital de Base de Brasília por volta das 15h. O jovem, que mora em Goiânia (GO), teve um corte na cabeça e não apresentou nenhuma fratura. O rapaz ainda reclama de dores pelo corpo, mas mesmo assim já está indo para a casa da irmã.

Frederico se jogou do segundo andar da Unip durante a realização da prova do TRT. O rapaz se assustou com os estalos e abalo do prédio. Relatos de pessoas que estavam no local dão conta que pelo menos outros dois homens fizeram o mesmo. A psicóloga Paula Resende Teixeira, 29 anos, estava no local e contou que já tinha passado mais de duas horas do certame, quando ouviu uma forte explosão no bloco A. Logo após o barulho, todos na sala começaram a correr. "Foi um desespero muito grande, todo mundo saindo com os cadernos de provas e chorando muito. Não deu tempo nem de pegar meus documentos", relatou Paula.

Devido aos estalos contínuos, muitos concurseiros se jogaram no chão por pensarem se tratar de um tiroteio. Outros pularam da janela temendo o desabamento do edifício. O episódio fez com que o exame de analista judiciário fosse cancelado. As provas para a contratação de técnicos do TRT marcadas para hoje à tarde, também foram adiadas.