População acha que invasões não são fiscalizadas
Pesquisa da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) constatou que 65% da população brasiliense consideram que o governo não fiscaliza invasões de áreas públicas. A pesquisa foi feita com 1.769 moradores da região de Brasília.
Publicado 19/12/2012 08:25 | Editado 04/03/2020 16:40
O levantamento também detectou que 85% dos brasilienses consideram o tombamento da cidade importante. No entanto, 58% avaliaram o título de cidade tombada como impeditivo para o crescimento da capital. As estatísticas mostraram que 94% dos brasilienses têm conhecimento de que Brasília é uma cidade tombada. A grande maioria, 80%, acredita que o tombamento é importante por favorecer o crescimento turístico da região. Mais de 90% da população avaliaram que os jovens precisam ser educados sobre o tema.
Para o superintendente do Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Naciona (Iphan), José Leme Galvão, as principais ameaças ao tombamento da capital são a ocupação irregular de áreas públicas, os chamados puxadinhos, e as questões de mobilidade e acessibilidade. Ele considera, no entanto, que "o conjunto total de Brasília vai bem. Não há uma ameaça de grande porte ao tombamento."
Segundo o superintendente do Iphan, o tombamento não deve ser entendido como um congelamento da cidade. "O que se pretende com o tombamento não é um congelamento, não é um freezer. Mas que a cidade evolua e cumpra seus ciclos vitais de uma maneira adequada, de forma com que a memória cultural, a memória coletiva, seja preservada", falou.
Brasília comemorou 25 anos como patrimônio cultural da humanidade no dia 7 de dezembro. A capital federal foi a primeira cidade moderna a ter esse título, concedido em 1987 pela Organização das Nações unidas para a Educação a Ciência e a Cultura (Unesco).
Relatório preliminar da Unesco divulgado em junho manteve Brasília como patrimônio da humanidade, mas apontou diversos problemas e a necessidade de intervenção do Estado para que a cidade não perca o título. O relatório é uma parte do estudo realizado por especialistas que visitaram a capital federal entre 13 e 17 de março deste ano.
Entre os principais problemas apontados estão a especulação imobiliária e a pressão do desenvolvimento trazidos pela Copa do Mundo de 2014. Alguns empreendimentos, como o Estádio Nacional de Brasília e o projeto do Veículo Leve sobre Trilhos, indica o estudo, não estão respeitando as diretrizes de conservação.