Egípcios convocam manifestações contra o governo de Mursi

Entidades opositoras egípcias convocaram para esta sexta-feira (22) uma manifestação em frente à sede da Irmandade Muçulmana para condenar alegadas agressões de membros dessa organização contra a Polícia e entidades laicas. A dissolução do Governo e a formação de um gabinete diverso, a anulação da Constituição e a remoção do Fiscal General estão também entre as reivindicações dos opositores.

Manifestantes egípcios contra o governo - Al-Jazeera

O protesto acontece depois de incidentes violentos, na semana passada, em frente ao edifício da Irmandade (no distrito da capital egípcia Cairo, Mokattam), durante os quais vários manifestantes e jornalistas acusaram membros da agrupação islamita de agredi-los.

Os distúrbios foram respondidos com a intervenção da polícia, que fez várias detenções, e fontes médicas relataram que um grande número de pessoas foram atendidas com lesões.
Porta-vozes da Irmandade Muçulmana classificaram os protestos como provocações; os manifestantes disseram que “homens armados com navalhas saíram do edifício e nos obrigaram a sair”.

Confrontos nas ruas se repetiram no passado domingo (17) e desde então as instalações do movimento islamita são custodiadas por agentes da ordem pública.

Os organizadores da manifestação de sexta, programadas para começar depois das orações islâmicas do meio dia, declararam: "continuaremos combatendo até derrubar o domínio dos Ajuan", como chamam os egípcios os integrantes da Irmandade.

Os enfrentamentos marcam um aumento da tensão na cena política do Egito, inserida em uma disputa entre o presidente Mohamed Mursi e os integrantes da Frente de Salvação Nacional, que se negam a qualquer entendimento até que sejam aceitas as suas exigências.

Ainda, segue pendente a sentença do Alto Tribunal Administrativo sobre a demanda interposta contra uma decisão desta instância, que ordena a suspensão dos comícios legislativos programados para o próximo abril.

Com Prensa Latina