Grupo faz apresentações no Teatro de Arena Eugênio Kusnet em SP

O Grupo Tapa irá ocupar o Teatro de Arena Eugênio Kusnet durante todo o ano de 2013, apresentando espetáculos de seu repertório e alguns convidados. A estreia acontece no dia 26 de abril, sexta-feira,
com o premiado espetáculo convidado “Breu”, de Pedro Brício (1972) na Rua Dr. Teodoro Baima, 94 – República, em São Paulo.

O Grupo Tapa mantém há quase 35 anos o seu projeto de companhia de teatro de repertório com encenações que constituem instigantes diálogos não apenas com a cultura brasileira, mas com a ideia de cultura como um valor que distingue os homens dos demais habitantes deste planeta.

Pelas mãos de Eduardo Tolentino de Araújo, seu diretor artístico, chegaram ao público textos de autores como August Strindberg, Luigi Pirandello, Tennessee Williams, Nicola Maquiavel, Martins Pena, Artur Azevedo entre tantos outros.

Algumas destas montagens poderão ser revistas no projeto Tapa no Arena – Uma Ponte na História, que entre abril e dezembro de 2013 fará uma ocupação do teatro de arena Eugenio Kusnet, tradicional espaço para experimentações teatrais e marco da resistência contra o período da ditadura no Brasil.

Não por acaso, a peça de estreia do projeto Tapa no Arena – Uma ponte na história, se passa numa casa do subúrbio no Rio de Janeiro, nos anos 70, durante a ditadura militar.

As peças estão sendo adaptadas para o palco de arena, pois todos os espetáculos foram concebidos para o palco italiano. O cronograma de apresentações começa no dia 26 de abril e segue até o dia 22 de dezembro, com espetáculos de quarta a domingo.

Após Breu, seguem as estreias de Srta. Julia, em 1º de maio, Viúvas, no dia 8 de maio e Orfãos, no dia 7 de junho.

Breu, de Pedro Brício (2011), estreia dia 26 de abril

A história se passa em uma casa do subúrbio do Rio de Janeiro, nos anos 1970, durante a ditadura militar. Carmem e Aurora encontram-se para fazer cachorros-quentes. Este é um primeiro encontro, de trabalho, ainda que inusitado, na casa de Carmem. O que parece ser um encontro cotidiano é transformado pelo medo e desconfiança que definiram a ditadura no Brasil, levando o espectador e as personagens a uma narrativa de suspense onde tudo se dá a partir do olhar de cada um.

Na estréia desta parceria, as diretoras Miwa Yanagizawa e Maria Sílvia Siqueira Campos queriam chegar a uma dramaturgia com outras vias de percepção, que a história proporcionasse outros lugares sensoriais para o público. Não é teatro de sensações, mas sim uma tentativa de retirar coisas do invisível, do habitual, contar uma história sem usar só a referência visual.

Carmem, uma das personagens é cega. Assim, optaram falar da cegueira, física e metafórica e apresentaram o projeto para o dramaturgo carioca Pedro Brício que situou a história das duas mulheres estranhas que se encontram em uma casa no subúrbio do Rio de Janeiro em plena ditadura militar, um dos tantos episódios de “breu histórico” que temos na história da humanidade. Apesar do momento marcante, esse não é o tema central da história, ele está ali como pano de fundo.

Mais do que fazer um relato histórico, “Breu” trata das precárias relações humanas que se alteram constantemente e geram infinitas leituras e invenções do outro e dos acontecimentos.
O processo de criação do espetáculo contou com a dedicação de toda a equipe técnica e artística para chegar ao resultado que se pode ver em cena.

Premiado como melhor espetáculo e iluminação pelo prêmio Questão de Critica, melhor cenário pelo prêmio APTR e indicado ao prêmio Shell de melhor atriz para Kelzy Ecard, recebendo também outras indicações pela Questão de Crítica , revista eletrônica de crítica e estudos teatrais do Rio de Janeiro nas categorias: Direção, dramaturgia, elenco, cenário e iluminação.

Serviço:
Breu de Pedro Brício
Direção: Maria Silvia Siqueira Campos e Miwa Yanagizawa
Temporada: de 26 a 28 de abril
Horário: sexta e sábado ás 21h, dominho às 19h
Local: Teatro de Arena Eugênio Kusnet
Rua Dr. Teodoro Baima, 94 – República
Tel: 11. 3256.9463

Fonte: Flavia Fusco Comunicação