Jô na campanha salarial dos metalúrgicos

A deputada federal Jô Moraes (PCdoB/MG) alertou ontem (28) os metalúrgicos da base territorial de Betim e Região para projetos em tramitação na Câmara dos Deputados que representam perdas de direitos trabalhistas. E Entre as proposições, ela citou o que acaba com a proibição da terceirização da atividade fim nas empresas, previsto para ser votado em agosto.


A proposição extingue com a responsabilidade solidária das empresas tomadoras de mão de obra, precarizando ao extremo as relações entre patrões e empregados, denunciou.

Ao participar da assembleia de análise e definição da pauta da campanha salarial unificada no Estado, no Clube dos Metalúrgicos, ela fez uma análise da conjuntura política e econômica. “Estamos num momento muito peculiar, mas bastante positivo para a luta dos trabalhadores. A presidente Dilma está tentando manter a economia ativa, a despeito do que acontece em outras partes do mundo. Ela teve a coragem de vetar o projeto que acabava com a multa adicional de 10% do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), paga pelas empresas nos casos de demissões sem justa causa. Com isto, a presidente garantiu recursos para o Programa Minha Casa Minha Vida e impediu que se tirasse do FGTS mais de R$ 3 bilhões,” destacou.

Aos trabalhadores Jô orientou: “a população está gostando de ir para as ruas. Na Libertadores não tinha um único bairro onde as pessoas não estivessem nas ruas comemorando. Então, esta é uma oportunidade de sensibilizá-las para as suas causas, suas bandeiras que significam crescimento com distribuição de renda, geração de consumo, incremento econômico”.

Pauta

A pauta de reivindicatória da campanha unificada dos 280 mil metalúrgicos mineiros será entregue à Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) na próxima quarta-feira (31), às 10h30, quando os trabalhadores farão um ato político na porta da representação patronal, no bairro Funcionários.

Composto por 100 cláusulas relativas à convenção coletiva a ser negociada com a Fiemg, o documento reivindicatório tem entre seus principais itens, o reajuste do piso salarial, hoje de R$ 790,00 para R$ 1.698,00. Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região, João Alves de Almeida, o propósito é dar um basta à alta rotatividade da mão de obra em razão do baixo valor do piso. “Além de ser uma questão de impacto social, de valorização dos trabalhadores, o piso maior gera consumo interno, move a economia”, justificou.

Os metalúrgicos também reivindicam 13% de reajuste salarial, ante uma estimativa inflacionária anual da ordem de 6,04%; o abono de um salário nominal; mais um salário nominal de retorno de férias, sem escalonamento. E ainda: o fornecimento de lanche no início da jornada sem custo para o trabalhador além de vales transporte e vales refeição gratuitos.

O aumento da estabilidade de emprego do acidentado de um para dois anos, e dos grandes sequelados até a aposentadoria: e a ampliação gratuita do convênio médico também integram o rol de reivindicações.

Creches; licença maternidade de seis meses; redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução dos salários; aumento do percentual pagos relativos a horas-extras de 100% nos dias normais e de 200% nos domingos e feriados, foram outros itens da pauta considerados fundamentais e aprovados por unanimidade pelos trabalhadores durante a assembleia.

Protestos

Também foi aprovada a realização de uma manifestação pública convocada pelas centrais sindicais para o próximo dia 6 de agosto, na Praça Sete, contra o Projeto 4.330/04 do deputado Sandro Mabel, que derruba a proibição da terceirização da atividade fim pelas empresas. “Se este projeto passar será a volta da escravidão dos trabalhadores”, alertou Marcelino da Rocha, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), que repetiu a deputada Jô Moraes. “Temos de ir para as ruas denunciar a proposta e os deputados que votarem nesta excrescência”, afirmou.

Fonte: Comunicação Gab. Jô Moraes