Mujica pede que Mercosul apoie processo de paz na Colômbia
O presidente do Uruguai, José Pepe Mujica, afirmou, nesta terça-feira (6) que o Mercosul deve apoiar o processo de paz na Colômbia. O bloco "não pode ficar neutro" diante desta "causa comum". O presidente, no entanto, não apresentou nenhuma proposta concreta ao bloco, e ressaltou que o processo de paz no país é a “coisa mais importante que está ocorrendo na América Latina hoje”. As declarações foram dadas à agência AFP.
Publicado 07/08/2013 15:00

na América Latina hoje/ Foto: AFP
"Minha ideia é que o Mercosul inteiro apoie", disse Mujica. "Não posso garantir porque não apresentei isto aos presidentes do Mercosul, mas minha intenção é fazer o Mercosul se manifestar a favor de ajudar o processo de paz da Colômbia oferecendo todo o possível".
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O presidente acrescentou ainda que "se necessário", vai propor isto nas Nações Unidas, "mas previamente vou falar com o presidente de Colômbia (Juan Manuel Santos)". "Em algum momento, vou passar lá e conversar com ele".
Mujica, que esteve recentemente em Havana, onde está instaurada a mesa de negociação entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc-EP) e o governo colombiano, afirmou que se reuniu com a insurgência: "Estive com algumas pessoas que estão negociando".
"Acredito que a luta pela paz da Colômbia seja a coisa mais importante que está ocorrendo na América Latina hoje, e que nenhum latino-americano que gosta deste continente pode ignorar isto. É preciso apoiar onde for possível".
Maconha
Sobre a controversa questão da legalização da produção e distribuição da maconha no país, Mujica afirmou que está disposto a voltar atrás se o consumo de maconha crescer de forma desordenada no país.
"Esta é uma experiência e como toda experiência, naturalmente há um risco e temos que ter a inteligência de, se passar por cima de nós, voltarmos atrás. Não temos que nos fanatizar".
"Nós temos que pedir ajuda à comunidade internacional", acrescentou o presidente do Uruguai, admitindo que Brasil e Argentina "devem estar preocupados" com o projeto uruguaio, "mas também devem vê-lo com avidez".
O presidente reafirmou que a guerra contra as drogas fracassou e lembrou que no Uruguai, um país de 3,3 milhões de habitantes, são gastos anualmente 80 milhões de dólares para se combater o narcotráfico e manter os presos vinculados à droga.
Com informações da AFP