Manifestação fascista na Espanha ataca independentistas catalães
No contexto da ascensão fascista na Europa, um grupo comemorou o “Dia da Hispanidade” com manifestações radicais-nacionalistas, neste sábado (12). Entre os grupos que convocaram a marcha está o Patriotas.es, que se explica através de “doutrinas” que incluem o nacional-socialismo. Em Barcelona, na Catalunha, os participantes da marcha, com cerca de 500 pessoas que erguiam bandeiras da ultradireita, protestavam contra o movimento independentista.
Publicado 14/10/2013 10:08
Em setembro, um grupo de ultradireita invadiu a representação da Catalunha autônoma em Madri, sede do governo espanhol (no dia da celebração da “Diada Nacional Catalã”) para afirmar que a região é parte da Espanha.
Neste sábado, em Barcelona, a manifestação foi escoltada por um grupo de policiais (Mossos d’Esquadra), e composta maioritariamente por jovens que protestavam também contra o presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, de centro-direita, contra a “Generalitat” (o governo) da Catalunha e contra o movimento independentista.
Entre as consígnias, diziam: “Separatistas e jornalistas, terroristas!” e também: “à imprensa, julgamento e castigo!”.
Também foram exibidas bandeiras franquistas (remetentes ao regime ditatorial de Francisco Franco, de 1939 a 1975), a cruz celta, usada pela iconografia neonazista, e um cartaz com a mensagem: “Sempre Unionistas. Espanha. Juventude. Revolução”.
Os ativistas gritavam também slogans contra os independentistas, afirmando: “Esta é nossa terra, é preciso defendê-la”, exigindo inclusive o banimento da Convergência e União, federação de dois partidos independentistas de centro-direita, de democracia cristã, que forma a maioria no Parlamento autonômico da Catalunha.
O protesto foi convocado pela Espanha em Marcha (do grupo Patriotas.es) , um coletivo que agrupa distintos partidos de extrema-direita: a Falange Espanhola, o Nó Patriótico Espanhol, Aliança Nacional, Democracia Nacional e Movimento Católico Espanhol. Em distintas declarações, os grupos mostraram-se favoráveis ao uso da força e da violência para impedir o “separatismo”.
De acordo com o portal catalão Nació Digital, cerca de 400 pessoas de diversos coletivos também se manifestaram, sob o lema “não ao fascismo”, em outra região da cidade, “em ambiente pacífico”. Muitos desses coletivos também participam em iniciativas da esquerda para o debate sobre a independência da Catalunha e sobre o movimento republicano.
Com agências,
Da redação do Vermelho