Em nota, presidente do PCdoB/RJ declara apoio à greve dos garis

Em greve desde sábado (3), os garis da cidade do Rio de Janeiro conquistaram mais um apoio importante nesta quinta-feira (6). Em nota, João Batista Lemos, presidente estadual do PCdoB/RJ, defende que a prefeitura "reabra o diálogo com o conjunto da categoria" e garanta o aumento salarial de R$ 1.200 reivindicado pelos trabalhadores da Companhia de Lixo Urbano (Comlurb).

6 de março - Em nota, a Comlurb negou a existência da greve e diz não ter contabilizado o número de garis que não foram trabalhar hoje

Após assembleia, seguida de manifestação, realizada na Tijuca, Zona Norte da cidade, a categoria anunciou, nesta quinta, que a greve não tem data para terminar. Na ocasião os trabalhadores também denunciaram o Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação por firmarem um acordo com a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) e a Prefeitura que está sendo rejeitado pela base.

Na segunda-feira (3), a prefeitura fez um acordo com Sindicato e anunciou um aumento de 9% no salário dos garis, que junto com o adicional de insalubridade chegaria a R$1.224,70. No entanto, os trabalhadores paralisados reivindicam um aumento de 40% no adicional de insalubridade e um salário base de R$1.200. No total, a remuneração chegaria a mais de R$1.600.

Leia abaixo a íntegra da nota de João Batista Lemos, presidente estadual do PCdoB/RJ.

Todo apoio à greve dos garis!

O Rio de Janeiro é a segunda cidade mais cara do Brasil, só perde para São Paulo. Segundo o site Custo de Vida, o valor de um almoço em um restaurante barato custa R$ 13. No mercado, o quilo do pão francês está R$ 8, o mesmo preço de cinco quilos de arroz e quase cinco quilos de açúcar. Já alugar um quitinete em uma região barata da cidade não sai por menos de R$ 700. Sem contar que as tarifas de trem, metrô, ônibus e barca acabaram de aumentar.

Por estes e outros motivos não podemos aceitar o salário de apenas R$ 803 para os garis. É preciso considerar que a reivindicação do aumento para R$ 1.200 não é absurda, o valor apenas fará com que a categoria atinja o defasado patamar da renda per capita da população fluminense de 2010, segundo dados do IBGE. Assim como também é inadmissível o não pagamento das horas extras trabalhadas nos fins de semana e feriados e a falta de melhorias das condições do serviço, desde o vale-refeição a outros itens, sobretudo considerando a insalubridade que envolve as funções da profissão.

Sendo assim, defendemos que a prefeitura reabra o diálogo com o conjunto da categoria, sindicalizados e não sindicalizados, e saudamos a iniciativa do prefeito Eduardo Paes de rever as demissões anteriormente anunciadas. Sem dúvida, o direito de greve não pode ser cassado.

Lutamos para que a greve tenha o melhor desfecho para toda a população carioca e para que possamos, em breve, comemorar mais uma importante conquista para todos os trabalhadores da cidade!

Estamos com os garis!

Prefeito Eduardo Paes negocie o justo com a categoria!

João Batista Lemos
Presidente Estadual do PCdoB/RJ
 

Da redação do Alerta Rio