Japão revisa para baixo crescimento trimestral do país

O governo do Japão revisou nesta segunda-feira (10) para baixo o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) durante o quarto trimestre de 2013, por causa da redução da despesa de capital e do consumo privado.

O indicador cresceu 0,2% ao invés dos 0,3 informado anteriormente. Para o conjunto do ano, o avanço foi de 1,5%, também inferior ao previsto.

Segundo especialistas, ainda que o resultado seja o melhor desde 2010, constitui uma decepção para o governo do premiê Shinzo Abe, que desde sua chegada ao poder no final de 2012 implementou um conjunto de medidas para reativar a economia, combater a persistente deflação e a elevada dívida pública.

Durante 2013, para sustentar sua atividade econômica, o país realizou despesas públicas da ordem de 70 bilhões de euros, e outros 35 bilhões complementares no começo de 2014.

Enquanto isso, o Banco de Japão flexibilizou sua política monetária, o que provocou a queda do iene e barateou as exportações, consideradas um dos motores do crescimento nipônico.

No entanto, no último trimestre do ano passado ocorreu um escasso crescimento do consumo e dos investimentos, à medida em que se esgotavam os fundos do plano de reativação de Abe.

Na opinião de analistas, outro dos elementos desfavoráveis é o Crescimento do déficit da balança comercial, já que as exportações sofrem pela debilidade da economia mundial e as importações aumentam devido a uma maior demanda antes de que o imposto sobre o consumo suba.

Este imposto subirá três pontos no dia 1º de abril, o que incita as famílias a adquirirem agora produtos que teriam sido comprados mais tarde.

O sucesso das medidas implementadas por Abe dependerá, em grande parte, de que as empresas subam os salários de forma sustentável e impulsionem o consumo e os investimentos das companhias.

As preocupações continuam no momento em que as medidas de estímulo do Governo mostram poucos sinais de terem causado um impulso das compras e das vendas ao exterior.

Uma pesquisa mostrou que a confiança dos consumidores se deteriorou em janeiro em uma nação que sofre por causa da deflação há mais de uma década.

O indicador, que inclui perguntas sobre a renda e o emprego, caiu para 40,5 pontos dos 41,3 anteriores.

O Banco de Japão decidiu manter seu programa de compra em massa de dívida pública e ativos de risco iniciada em abril de 2013 com o desafio de conseguir 2% de inflação interanual em 2015 para fechar um ciclo deflacionário de 15 anos.

Fonte: Prensa Latina