Parlamento da Ucrânia autoriza reação militar contra rebeldes

O Conselho Supremo (Verhovna Rada, em ucraniano) deu luz verde hoje à operação repressiva organizada pelo governo golpista contra cidades rebeldes do sudeste do país, com emprego de tanques, meios blindados e aviação de combate.

O autoproclamado presidente interino instruiu no começo da semana a participação do Exército na operação no leste ucraniano, no qual intervêm a Guarda Nacional e comandos especiais de assalto.

Segundo o que o vice-presidente do governo, Vitali Yarioma, comunicou à imprensa, a Rada apoiou por maioria a atuação dos corpos repressivos com o "fim de estabilizar a situação" nas regiões orientais.

A resolução do Legislativo foi adotada em uma sessão fechada com a presença de representantes de todos os organismos de força do país, reportaram noticiários locais.

O vice-presidente, designado em votação de uma maioria parlamentar imposta depois do golpe de Estado em fevereiro passado, afirmou que no plenário fechado não foi analisada uma possível implantação do estado de emergência no país.

Antes disso, o ministro de Defesa, Mikhail Koval, declarou que por enquanto não era necessário impor essa medida nas regiões de conflito. De acordo com Yarioma, o titular da pasta da Defesa viajou ao interior para os territórios tomados pelas milícias populares, onde têm lugar as operações de assalto.

Até o momento, ativistas opositores retêm o controle de sedes governamentais em oito cidades na região de Donetsk, e contam com o apoio da maioria de seus habitantes na questão do referendo de autodeterminação. Também em Lugansk, o edifício do Serviço de Segurança continua em poder de manifestantes.

Na cidade oriental de Kramatorsk, onde o exército entrou nesta quarta-feira (16) com os tanques, e recuperou na terça o aeroporto com saldo de mortos e feridos, a milícia retrocedeu para o interior da cidade e seus líderes garantem que resistirão à investida das forças enviadas por Kiev.

De igual maneira, em Slavyansk, os partidários da federalização levantaram nesta quarta novas barricadas para blindar os acessos à localidade. Relatórios confirmaram que foram tomadas algumas delegacias e a sede do Serviço de Segurança.

Representantes da milícia rebelde em Donetsk confirmaram à agência Interfax que as tripulações de cinco ou seis blindados enviados a Slavyansk passaram para o lado dos milicianos e apoiam a ideia da federalização na Ucrânia.

O chefe do governo provisório instalado em Slavyansk, Vyacheslav Ponomariev, declarou à agência de notícias Itar-Tass que estava sendo analisado o deslocamento dos militares que entraram nessa cidade por parte da autoproclamada República Popular de Donetsk.

Enquanto isso, cerca de 20 ativistas da organização Oplot de Carcóvia, a segunda maior cidade da Ucrânia, assumiram responsabilidade pela ocupação nesta quarta-feira da administração regional em Donetsk, e segundo seus dirigentes, foi realizada sem tiros nem feridos.

Quanto à situação na metrópole portuária de Odessa, os relatórios de imprensa e declarações oficiais são muito contraditórios em relação à criação de uma república popular, segundo anunciado, como a proclamada em Donetsk e em Lugansk.

Fonte: Prensa Latina