Governo ucraniano faz bombardeios maciços contra região leste do país

Os intensos bombardeios do Exército ucraniano nas últimas 48 horas converteram em ruínas a cidade de Slavyansk, no norte de Donetsk, onde automóveis, casas e lojas ficaram destruídos pelas chamas dos mísseis.

Vídeos postados na nternet e imagens das televisões captadas no local mostram uma cidade praticamente em ruínas, com centenas de edifícios ardendo devido ao fogo causado pelas explosões.

Além das incursões dos aviões caças e dos golpes de artilharia pesada desde as colinas de Carachun, um dos pontos estratégicos controlado pelas forças regulares, os esquadrões da Guarda Nacional, com o emprego de francoatiradores, continuavam metralhando os povoados da periferia e o centro urbano, densamente povoado.

Representantes das milícias populares declararam à agência Itar-Tass que projéteis de grosso calibre impactaram sobre numerosas casas, restaurantes, uma fábrica de móveis e a empresa de comunicações.

Ao menos cinco mortos, entre eles uma menor, e dezenas de feridos entre a população civil foram o saldo dos ataques nas últimas horas sobre esta cidade, convertida em símbolo da resistência no Donbas à operação punitiva contra as regiões rebeldes do oriente ucraniano, desde meados de abril.

O prefeito de Slavyansk, Vyacheslav Ponomariov, comentou que o número de vítimas é tal que as ambulâncias não dão conta de cobrir todas as chamadas de emergência, reportou a televisão russa.

Na cidade, estão em chamas fábricas, usinas e escritórios, os moradores locais reportaram a destruição parcial da igreja mais antiga da localidade, agregou Ponomariov, citado por vários meios de informação.

As milícias asseguraram que o exército ucraniano emprega na operação de assalto, para a tomada total de Slavyansk, os sistemas de foguetes Grad, de impacto letal e maciço, informou o canal Rússia 24.

Miroslav Rudenko, um dos líderes das milícias do Donbas, associou o recrudescimento dos ataques nesse território pelas forças de Kiev à posse do presidente Piotr Poroshenko, no último sábado (7).

Poroshenko, sublinhou Rudenko, deixou claro em seu primeiro discurso sua oposição à federalização, “um direito que nos nega, assim como em relação ao status federal do idioma russo”.

O novo presidente ucraniano deu a entender que não tem a intenção de um diálogo pleno com os habitantes do Donbas, e sua negativa a decretar um cessar-fogo é uma demonstração de suas intenções agressivas para com os moradores das Repúblicas de Donetsk e Lugansk, sentenciou o dirigente. Tal postura complica o caminho para uma solução pacífica do conflito.

Prensa Latina