Equador deve mudar estrutura econômica em prol da Revolução Cidadã

O vice-presidente do Equador, Jorge Glas, afirmou que a mudança da estrutura econômica vigente em seu país tornará irreversível a Revolução Cidadã iniciada há sete anos pelo presidente Rafael Correa.

Jorge Glas, Equador - Reprodução

"Temos que levar este processo de desenvolvimento a um ponto de não retorno e para isso há que mudar a estrutura econômica vigente", apontou Glas em entrevista à Prensa Latina, durante a visita oficial de quatro dias que realiza em Cuba para impulsionar o intercâmbio bilateral.

“Devemos ser mais dependentes de nós mesmos, ter uma nova estrutura econômica onde a riqueza e as oportunidades sejam melhor distribuídas, precisamos criar polos de desenvolvimento que elevem o nível de industrialização”, ressaltou.

“Isso gerará um novo emprego de maior qualidade para os equatorianos, maior distribuição e aí a revolução cidadã será irreversível”, afirmou Glas, que exaltou: "quando formos dependentes do conhecimento, quando tivermos uma economia do conhecimento, aí a Revolução Cidadã será irreversível".

A Revolução Cidadã é um projeto iniciado em janeiro de 2007 e impulsionado pelo presidente Rafael Correa e seu movimento Aliança País, o qual persegue a implementação do socialismo do século 21 no Equador.

O processo tem cinco eixos fundamentais: Revolução constitucional, Luta contra a corrupção, Revolução econômica, Revolução da educação e saúde, e Resgate da dignidade, soberania e busca da integração latino-americana.

Sobre a Revolução econômica ou mudança da matriz produtiva, Glas sustentou que significa "produzir mais, produzir melhor, produzir coisas diferentes, produzir mais arroz por hectare, produzir mais banana por hectare".

Equador tem enormes temas pendentes por produtividade. Ainda estamos trabalhando em uma forte agenda de desenvolvimento pela agroindústria, não somente pelas indústrias industrializantes, como chama Glas o processo de industrialização, no qual cada fábrica gera o surgimento de outras.

O vice-presidente afirmou que seu país tem agora uma política estrita de normas de qualidade que lhe permite ser competitivo e ascender a mercados globais, porque – dimensionou – gostemos ou não, o mundo está globalizado e devemos enfrentar essa globalização com produtividade, com qualidade e produzir coisas diferentes.

O grande desafio da industrialização que temos agora é consequência do que temos desenvolvido nestes primeiros sete anos, disse, e acrescentou que o Equador dispõe hoje de energia, infraestrutura, estradas, portos, aeroportos, conectividade, que são as condições para se propor esta mudança na matriz produtiva.

A isto devemos acrescentar uma taxa de desemprego abaixo de cinco por cento e uma inflação inferior a quatro por cento, com as quais as condições para aumentar o bem-estar da população passam hoje pela geração de um novo tipo de emprego, destacou.

Isso significa gerar novas atividades econômicas, as indústrias criadoras de outras são um bom exemplo do que pretendemos atingir nessa política redistributiva, gerando mais oportunidades, sobretudo para os jovens, que são os que vão viver com maior intensidade este processo de mudança na estrutura econômica, explicou o vice-presidente.

Destacou que o processo de geração de desenvolvimento, de criação de mais trabalho, de melhoria da qualidade de vida dos equatorianos resulta indispensável nesta mudança da estrutura econômica.

Precisamente, afirmou, esta visita que realizamos a Cuba busca incrementar a colaboração na industrialização do Equador, em particular na esfera agrícola e mais especificamente na produção de biopesticidas e insumos naturais, onde – destacou – a ilha tem uma grande experiência.

É uma forma de Cuba estar transferindo tecnologia e o Equador ganha produtividade e competitividade neste caso no setor agrícola, afirmou Glas.

Com isso, destacou, "seguimos dando diferentes rostos a essa integração latino-americana, agora também procurando essa integração produtiva regional, buscando essa união de forças entre nossas nações que tenham uma lógica de gerar maiores oportunidades de desenvolvimento para nossos povos".

Fonte: Prensa Latina