Visita do presidente da China ao Brasil reflete cooperação crescente
O diretor-geral encarregado dos assuntos da América Latina, Shen Zhiliang, concedeu uma entrevista exclusiva à Rádio Internacional da China, na véspera da visita oficial do presidente chinês Xi Jinping ao Brasil, a partir deste sábado (12). Xi participará da 6ª Cúpula do grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e visitiará outros países do continente, com objetivos pontuados por Zhiliang.
Publicado 12/07/2014 11:27

Shen fez uma retrospectiva da trajetória dos 40 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e o Brasil, apresentando na ocasião as principais atividades e objetivos da visita. "Em 1993, o Brasil foi o primeiro país em desenvolvimento a criar a parceria estratégica com a China. Em 2012, o país tornou-se o primeiro entre as nações da América Latina a fechar a plena parceria estratégica com a China."
Nos últimos anos, as visitas de alto nível entre os dois lados se intensificaram. No ano passado, o presidente chinês, Xi Jinping, e a presidenta Dilma Rousseff realizaram dois encontros, em reuniões multilaterais. O ano passado foi marcado também pela visita do vice-presidente do Brasil, Michel Temer, à China. Já em abril deste ano, o presidente da Câmara dos deputados do Brasil, Henrique Eduardo Alves, visitou a China. Um mês depois, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, fez uma visita ao Brasil.
Desde o estabelecimento das relações diplomáticas, a cooperação entre os dois países tem alcançado resultados satisfatórios, especialmente nas áreas econômica e comercial. Segundo o chefe da Direção-Geral da América Latina, o volume comercial sino-brasileiro saltou para US$ 90 bilhões em 2013. A cifra, porém, era de apenas US$ 17 milhões 40 anos atrás. De 2010 a 2013, investimento chinês no Brasil teve uma franca expansão, de US$ 860 milhões para US$ 17,6 bilhões.
Cooperação abrangente
A cooperação abrange quase todas as áreas, desde a energia, minas, agricultura até a infraestrutura. E não faltam os projetos de grande relevância, como o vencimento do leilão do campo petrolífero de Libra, pelo consórcio formado por empresas chinesas e brasileiras.
Ao falar dos intercâmbios culturais, Shen afirmou que uma série de atividades culturais serão promovidas este ano, por ocasião das comemorações das quatro décadas do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e o Brasil.
"Até o momento, a China já estabeleceu no Brasil sete institutos Confúcio e três salas Confúcio. O Brasil, por seu lado, manda para a China os alunos do programa Ciência Sem Fronteiras. Os dois países experimentam uma cooperação eficiente nas áreas de aeronaves, informática, tecnologia biológica e medicamentos. O programa de satélites terrestres, em particular, é visto como uma referência entre os países em desenvolvimento."
Em relação à visita do presidente chinês, Xi Jinping, ao Brasil, Shen salientou que a vista irá aprofundar a amizade, reforçar a confiança mútua, incentivar a cooperação de benefício recíproco e promover o desenvolvimento conjunto.
"Durante o encontro, Xi Jinping terá uma reunião com Dilma Roussef. Os dois líderes estarão presentes na cerimônia de assinatura de diversos acordos de cooperação. Irão também conceder uma coletiva à imprensa e participar do encerramento da reunião anual do Conselho Empresarial China-Brasil. Além disso, os dois países vão emitir também uma declaração conjunta e fechar acordos de cooperação em comércio, energia, eletricidade, finanças e tecnologia."
O embaixador chinês no Brasil, Li Jinzhang, também em entrevista à Rádio China Internacional, disse que a relação sino-brasileira se encontra na melhor fase da história, atingindo uma amplitude e profundidade sem precedentes.
Segundo Li Jinzhang, o relacionamento entre China e Brasil já ultrapassou o âmbito bilateral, tendo ganho grande relevância para o mundo. Como os dois maiores países dos hemisférios oriental e ocidental, e duas importantes economias emergentes e integrates do agrupamento Brics, China e Brasil vêm aumentando a confiança política mútua, mantendo intercâmbios de alto nível e aperfeiçoando os mecanismos de diálogo político em diversos níveis.
Além disso, os dois países mantêm coordenações plenas em assuntos internacionais, e se apoiam nas questões como governança global, crise financeira e mudanças climáticas. "A visita de Xi Jinping ao Brasil elevará a relação sino-brasileira para um novo patamar", concluiu o embaixador chinês.
Com informações da Rádio China Internacional