Wagner: Para enterrar o passado é preciso derrotar o PSDB e Marina

Para o candidato a deputado estadual pelo PCdoB-SP, Wagner Gomes a vitória do candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves significaria “um prejuízo enorme para o país, um retrocesso aos anos 1990, no quais o Brasil andou para trás com recessão, submissão ao FMI e entrega do patrimônio nacional para grupos estrangeiros”. Mas uma suposta vitória da candidata Marina Silva seria ainda pior “um retorno ao século 19.

Por Marco Aurélio Ruy

Wagner Gomes, secretario geral, representou a CTB na reunião dos sindicalistas.

O programa de Marina vai contra todas as conquistas das mulheres, dos homossexuais, dos negros e da juventude nos últimos anos”, acentua.

De acordo Wagner, ele se lançou a essa disputa por vontade do PCdoB e de amigos de diversos outros partidos para colocar a alternativa de um trabalhador aos eleitores paulistas. Com objetivo de aumentar a representação da classe trabalhadora na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Porque o número de trabalhadores e trabalhadoras na Alesp é ínfimo, como é também no Congresso Nacional e “somente os trabalhadores podem defender seus próprios interesses. Não podemos deixar nas mãos dos patrões essa decisão. Eles têm os seus próprios interesses que não são os nossos”, afirma Wagner.

Na atual composição do parlamento brasileiro “muitas leis trabalhistas correm riscos e não fosse a atuação correta e contundente das centrais sindicais já teríamos perdido muitas conquistas como o 13º salário, a multa de 40% sobre o FGTS por demissão imotivada, a própria garantia de emprego estaria em situação mais degradante, entre muitos outros fatores”, garante o candidato do PCdoB e dirigente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

“A nossa luta é levar ao Legislativo a agenda da classe trabalhadora com as conclusões definidas na Conferência da Classe Trabalhadora (Conclat) em 2010, mas também ajudar a eleger o governador Alexandre Padilha ao Palácio dos Bandeirantes para o estado entrar nos trilhos novamente e sair da contramão da história. São Paulo merece um governo que seja para todos e entre firme no combate à pobreza, investindo pesado em educação, saúde, transporte público, esporte, cultura, lazer, enfim tudo o que as pessoas têm direito para uma vida digna”, assegura Wagner.

Wagner Gomes conta que ouve muitas reclamações da população em suas andanças pelo estado em campanha. “Muitos jovens que querem estudar, praticar esportes, ter acesso à cultura, às práticas esportivas e inclusive aprender uma profissão e não têm essa oportunidade”, acentua.

O deputado defende em seu projeto a escola integral para todos o mais urgente. “Mas uma escola abrangente que além das aulas normais como português, matemática, história, ciência, etc, os estudantes deveriam ter aulas de música, teatro, artes plásticas, informática, leitura e esportes. Tirando as crianças e jovens das ruas e da proximidade com traficantes de drogas e dando-lhes a oportunidade de preparar-se mais adequadamente para a vida”.

Nesse contexto, poderia entrar também o ensino profissionalizante, mas que não significasse apenas a tentativa de inserção no mercado de trabalho com mão de obra barata, mas sim uma qualificação que possibilitasse remunerações melhores com chances de crescimento futuro.

Na questão da segurança, Wagner sinaliza com a necessidade de mais investimentos nas questões sociais, mas preconiza também ser necessário a conquista de uma “polícia voltada para a defesa da sociedade e não para a repressão aos movimentos sociais como acontece muito no estado de São Paulo. Lutamos por uma polícia bem preparada e sob controle social, além de se criar políticas públicas efetivas no combate ao tráfico de drogas porque as famílias dos trabalhadores ficam à mercê de bandidos pela falta do Estado com políticas públicas para a juventude e para os moradores da periferia”, sintetiza.

Outra bandeira do candidato a deputado estadual é o combate permanente e contumaz ao racismo também é essencial para o desenvolvimento de uma sociedade democrática, justa e humana. Os negros e pardos segundo as estatísticas compõem mais da metade da população brasileira e o racismo é uma forma de acorrentar a todos nos grilhões da ignorância.

As mulheres também são mais da metade da população brasileira e a cada ano conquistam mais espaços no mercado de trabalho, nas universidades, na sociedade e na vida. Mas continuam recebendo salários menores têm poucos cargos de chefia e a representação política feminina é ínfima.

Por isso, Wagner Gomes encampa a campanha por mais mulheres na política como uma bandeira fundamental para “a democracia brasileira avançar r a uma sociedade mais justa que respeite as diferenças e dê oportunidades iguais para todos, independentemente de sexo, cor, religião, ideologia. Mas não basta ser mulher para ser merecedora do voto tem que ter projeto que abarque verdadeiramente as questões da emancipação feminina”, ressalta.

A questão de gênero abrange também o respeito à orientação sexual. È igualmente importante respeitar a escolha de vida de todos. Só não podemos aceitar e muito menos acatar a violência, a pregação do ódio, da rejeição.

A candidata Marina tem posições homofóbicas e fundamentalistas religiosas o que a aproxima de notórios reacionários como o pastor Silas Malafaia e Marco Feliciano. “O Brasil do século 21 não contempla mais essa visão retrógrada, do século 19”, assevera Wagner.

Para ele, “tanto Marina quanto Aécio acenam como os interesses de multinacionais norte-americanas em acabar com os investimentos na produção de petróleo do pré-sal. Essa descoberta da Petrobras, única no mundo podem colocar o Brasil entre os maiores produtores de derivados de petróleo do mundo, o que os países ricos não aceitam”.

As centrais sindicais têm desenvolvido uma luta constante desde 2004 contra o projeto de lei 4330 que escancara a terceirização retirando inúmeras conquistas da classe trabalhadora, precarizando totalmente as condições de trabalho. “Terceirização da maneira que a candidata Marina defende acaba com todos os direitos conquistados a duras penas pela classe trabalhadora como férias, 13º salário, descanso remunerado, horas extras, vale-transporte, alimentação, convênio médico, entre diversas outras conquistas importantes para a vida da família dos trabalhadores e trabalhadoras”, reforça Wagner. Permite aos empresários além de terceirizar, quarte irizado, quinteirizado. Isso transforma o trabalhador em mercadoria barata. É a exploração máxima da força de trabalho, tornando-a mera mercadoria barata e sem custoso para os empresários, isso torna o trabalhador quase escravo, é um retrocesso de séculos das relações capital com o trabalho.

“Acabar com o pré-sal significa tirar a possibilidade de investimentos de trilhões de reais na educação e na saúde em futuro próximo. É jogar fora todos os investimentos feitos até agora nas pesquisas desenvolvidas pela Petrobras e é jogar no vermelho a maior empresa nacional, uma das maiores petrolíferas do mundo”, revela Wagner Gomes. Além de criar desemprego no país para ajudar na criação de empregos nos Estados Unidos e na Europa. Essa política já foi experimentada por Fernando Henrique Cardoso que praticamente quebrou o Brasil entregando tudo de mão beijada ao sistema financeiro internacional.

O Brasil não tem mais tempo para aventuras. Em 1960 foi eleito Jânio Quadros que renunciou e ajudou o país mergulhar quatro anos depois num golpe fascista que quebrou o país. Em 1989 foi eleito Fernando Collor que acabou com a economia brasileira, abrindo excessivamente o mercado jogando a indústria nacional na rua da amargura. Sem falar que prendeu a poupança dos brasileiros e brasileiras e deu no que deu. O primeiro impeachment da história do Brasil. No século 21 não podemos mais nos aventurar com candidaturas que se dizem acima do bem e do mal. Marina Silva pelas propostas levaria o país à bancarrota pior do que FHC o fez.

“Pelo que li o programa da candidata levaria o Brasil a uma recessão sem precedentes. Seria pior do que a década perdida dos anos 1990 quando o neoliberalismo dominou a economia e desnacionalizou tudo no país”, fala Wagner. O governo tucano acabou com o Estado, não investiu nas Forças Armadas para a defesa nacional, não combateu o tráfico de drogas e aumentou o desemprego por causa da política recessiva de juros altíssimos.

Como são banqueiros que controlam o programa da candidata Marina que posa de esquerda, mas está à direita do PSDB. Ela não pretende somente acabar com o pré-sal, liquidando com a possibilidade de melhorar a educação para as crianças e jovens do país. Ele pretende acabar com o Bolsa Família que é a maior política pública de distribuição de renda no país, copiado em diversos países e elogiado no mundo inteiro, inclusive nos Estados Unidos.

“Marina é contra a Política de Valorização do Salário Mínimo, que juntamente com o Bolsa Família tem mantido em alta a economia nacional e a criação de novos empregos. Ela mostrou vontade de acabar com o ProUni, com o Fies que juntos mantêm nas universidades mais de 3 milhões de estudantes, sem esses programas como eles farão para continuar seus estudos?”, questiona o candidato comunista.

Para Wagner Gomes é muito importante também derrota o PSDB em São Paulo para investigar as acusações de corrupção nas obras do Metrô e da CPTM e isso só ocorrerá com “amplo engajamento dos movimentos sociais fazendo campanha boca a boca para vencer a mídia burguesa que criminaliza os movimentos dos trabalhadores e não publica uma linha sequer sobre as falcatruas dos governos tucanos”.

Reeleger a presidenta Dilma também é essencial para os trabalhadores e trabalhadores ampliarem suas conquistas e a vida de todos melhorar com o Brasil avançando ainda mais. “E isso só pode ocorrer com a participação de todos. A direita joga nesta eleição o tudo ou nada, porque quer voltar a controlar o país e submetê-lo aos interesses do capital financeiro internacional”, reforça.