Greve de pilotos da Air France entra no segundo dia

A greve tem um elevado nível de adesão e provocou ontem o cancelamento de 50% das viagens. Nesta terça a suspensão já afetou 60% dos voos.

No centro do conflito está um projeto da empresa para fortalecer sua filial de vôos de baixo custo, a Transavia, o que, de acordo com os sindicatos, implicará em aumento de jornada de trabalho das equipes, reduzindo o tempo de pausa e os salários.

"Nós estamos preocupados com a falta de preparação do projeto," disse Jean-Louis Barber, presidente da União Nacional dos Pilotos (SNPL), que considerou confusas as condições de transferência de trabalhadores para a Transavia.

O SNPL argumenta que não é um plano de crescimento, mas de terceirização da empresa para reduzir despesas e aumentar os lucros.

Em 2008, a Air France tinha 136 aeronaves destinadas a voos de média distância e agora tem somente 102. A Transavia, em contraste, tinha sete voos e atualmente tem 14, com a possibilidade de aumentá-los para 37, disse o sindicalista.

O sindicalista também denunciou a supressão de postos de trabalho nesse período, que passou de 4.200 pilotos para 3.750.

Na segunda-feira, o presidente da empresa, Gagey Fréderic, prometeu ao SNPL que não será necessário a nenhum trabalhador transferir-se para a Transavía e que a frota dessa empresa será limitada a 30 aviões, em vez de 37 como inicialmente previsto.

Gagey reconheceu que pelo progresso das negociações não é esperada uma saída imediata da crise.

Conversações entre a gestão e os sindicatos continuarão nesta tarde e não se chegou a um acordo, a greve vai continuar até o dia 22 de setembro.

Fonte: Prensa Latina