Cacos de Poesia
A cidade de São Paulo inspira. Quem passa por seus concretos, por tantas diferenças e dificuldades e não tira daí palavras que conectam situações e pessoas.
A professora de história Aline de Sousa Lima homenageia o aniversário da cidade de São Paulo com a sua poesia.
Publicado 24/01/2015 19:00 | Editado 04/03/2020 17:16

Cacos de poesia
VERTICAL
Quando algo me toca a alma profundo
me jogo sem querer ver no abismo o fundo…
E se tudo der errado, me sinto esperançosa
do alto dos edifícios de São Paulo,
vislumbrando milhões de possibilidades
Na cidade que não pára…
SP
O que passou depois da chuva
Ou do sol?
Mil eventos e suas idas e vindas…
Boemia, encontros, São Paulo.
Combinação explosiva
e simpatia toda vez
O amor desvario por SP
Todo dia sai para trabalhar
Me quer?
Talvez queira-nos todos
Insondável
Em seu viver mundano
De cidade mundial
guarda segredos, faz planos
em seu eterno espiral de quereres…
Atravesso o antigo
Bairro do Brás
Lembrando o carnaval proletário
“o meu cabelo não nega mulata”
Nem um arlequim p’ra me beijar
Corre ônibus
Solta fumaça
Ronca o motor…
Do que ficou
O barulho da marcha sem canção…
Disparo uivos
Querendo encontrar palavras
Para dizer o quê?
Que o trabalho me cansa?
Que o céu em São Paulo algumas vezes
É tão melancólico?
Que a rua é sempre tão barulhenta ou
Que esqueci os meus óculos em algum lugar que não lembro?
Pra quê
Se na sexta-feira chega o samba e todo o resto tanto faz