Palestinos suspendem coordenação de segurança com Israel
As forças de segurança palestinas suspenderam a partir desta sexta-feira (6) a colaboração com as de Israel, em resposta às medidas punitivas adotadas pelo governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, anunciaram fontes oficiais.
Publicado 06/03/2015 12:25

A decisão, que não foi surpresa, foi acertada em uma reunião do Conselho Central da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), na qual o movimento Al-Fatah é majoritário, liderado pelo presidente Mahmud Abbas.
O encontro do órgão da OLP foi convocado na terça-feira para decidir a resposta ao congelamento por Telavive dos fundos arrecadados pela cobrança de impostos nos territórios ocupados, cerca de US$ 100 milhões mensais, empregados para manter a estrutura do governo palestino.
As autoridades palestinas advertiram que a medida punitiva ameaça tornar inviável o funcionamento do governo.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, impôs a medida em represália à solicitação pela Palestina de ingresso na Corte Penal Internacional (CPI), encarregada de julgar os crimes de guerra, bem como a pactos e agências da ONU, entre elas a 4ª Convenção de Genebra.
Netanyahu advertiu em tom desafiador que não permitirá que nenhum oficial do Exército ou os serviços repressivos de seu país "sejam arrastados ante a CPI".
Entre as demandas palestinas contra Telavive aparecem a conduta das tropas ocupantes na Cisjordânia e a agressão militar de 50 dias contra a faixa de Gaza, entre julho e agosto de 2014, que custou a vida de mais de dois mil civis, em sua maioria mulheres e crianças, e feriu 11 mil, segundo estatísticas oficiais.
A 4ª Convenção de Genebra considera crimes de guerra a expropriação de terrenos e o assentamento de comunidades humanas em estados sob ocupação militar, como é o caso da Palestina.
Atualmente cerca de meio milhão de emigrantes judeus residem em assentamentos paramilitares na Cisjordânia e leste de Jerusalém, considerados ilegais pela comunidade internacional.
Fonte: Prensa Latina