Desinformação e difamação: Jean Charles de Menezes 10 anos depois
No dia 22 de julho de 2005, o jovem imigrante Jean Charles de Menezes deixou seu apartamento em Tulse Hill, no sul de Londres, como fazia sempre. Naquele dia ele perderia a vida, seria vítima da violência, do preconceito e da mídia sensacionalista. Aquele dia foi o ponto de partida para uma cadeia de erros que colocaria um fim prematuro à vida do brasileiro de 27 anos.
Publicado 24/07/2015 09:37

Em uma reflexão sobre os 10 anos sem Jean Charles de Menezes, Urariano Mota fala da perversidade promovida por essa sucessão de erros em sua coluna Prosa, Poesia e Arte.
"Completaram-se 10 anos do assassinato de Jean Charles de Menezes, que teria sido confundido com um terrorista no metrô de Londres. Na 'comemoração' desse crime sem punição, o site da BBC Brasil publicou as declarações do ex-superintendente para o distrito de Hackney, Leroy Logan. Segundo ele, a Scotland Yard, confundiu Jean Charles com o imigrante etíope Osman Hussain por consequência de racismo institucionalizado", pontuou o colunista.
Urariano lembra que "chegaram a adulterar o perfil, difamando a memória de Jean Charles na internet. Em 2014, ficou provado que alterações feitas no texto da Wikipédia sobre o brasileiro Jean Charles de Menezes haviam sido realizadas em computadores usados pelo governo britânico. De acordo com o jornal inglês “The Guardian”, ativistas rastrearam o IP (número que identifica um computador na internet) e determinaram a autoria de um novo parágrafo, que criticava os grupos que exigiram investigações mais detalhadas sobre o caso de Jean Charles".
E completou: "O texto que dá vida a essa coluna foi escrito há 10 anos e continua atual pela impunidade eterna dos policiais britânicos".