Pela Paz, colombianos lançam Marcha Patriótica no Brasil

A Marcha Patriótica, movimento pela paz e justiça social na Colômbia, foi lançada neste sábado (17), no Brasil. A atividade de lançamento aconteceu na sede da CTB, na capital paulista.

Paz na Colômbia - politicaexterior.com

Coordenando a mesa de abertura, a presidenta do Centro Brasileiro de Solidariedade e Luta pela Paz, Socorro Gomes, disse que “lutar contra a opressão e o imperialismo é defender a paz no mundo”. Ela explica que a questão colombiana ganha relevância porque “é mais fácil criar uma organização no narcotráfico do que uma entidade sindical no país”.

A presidenta da Federação Democrática Internacional das Mulheres, Márcia Campos, disse que para se construir a paz é necessário ter vontade política e muita luta das organizações de vanguarda.

Em nome da CTB, Divanilton Pereira, secretário de Relações Internacionais da central, saudou as dezenas de presentes e reforçou a tese de que “o povo colombiano caminha a passos largos no desenvolvimento de suas lutas”. De acordo com o dirigente, “não precisamos somente garantir a paz na Colômbia, mas um processo que eleve o patamar do movimento social que possa levar o país a uma nova etapa com justiça”.

Pietro Alarcon, dirigente da Marcha Patriótica, fez um breve relato de toda a história das lutas do povo colombiano contra o narcotráfico, o imperialismo norte-americano, pela unidade da América Latina e pela paz. “Precisamos de toda a solidariedade internacional para garantir que o processo de negociações pela paz na Colômbia seja coroado de êxitos”, disse.

Segundo ele, para isso acontecer é necessário resolver as raízes do conflito no país. “O problema da terra é fundamental para avançarmos”, afirmou. Alarcon defende também uma reestruturação da participação política, onde “todos os setores da sociedade possam ser representados sem repressão”.

Ele diz que a Colômbia precisa “sair do inverno e ingressar em uma nova fase com respeito aos direitos humanos”. E para isso, “é essencial acabar com as organizações do narcotráfico que afundam o país numa violência sem precedentes”.

Tanto Alarcon quanto Ròbinson Acosta, também dirigente da Marcha Patriótica, enfatizaram a necessidade de solucionar a questão dos mais de 9 mil presos políticos no país. Segundo eles, a justiça colombiana forja processos e condena ativistas de esquerda sem nenhuma prova.

Eles citaram dois "presos de consciência", como chamam na Colômbia o dirigente da Central Única dos Trabalhadores colombiana Huber Ballesteros, preso desde 2013, e o ativista dos Direitos Humanos David Ravelo Crespo, condenado a 38 anos de prisão. Sendo que o único crime que cometeram foi o de denunciar uma reunião do ex-presidente da Colômbia Álavro Uribe com grupos paramilitares do narcotráfico.