Urariano Mota: Soledad Barrett, depois da primeira anistia

A grande mídia, os meios de comunicação fizeram absoluto silêncio nos últimos dias para a notícia de que a guerrilheira Soledad Barrett recebeu a sua primeira anistia.  Paulo Abrão, presidente da Comissão de Anistia fez o comunicado em 11 de dezembro. Mas a notícia correu apenas no peito da parcela mais civilizada do Brasil. 

Soledad Barret - Reprodução

Notem, a guerrilheira que foi mulher do cabo Anselmo, e por ele foi entregue grávida ao assassino Fleury, com mais 5 bravos militantes, bem que merecia o conhecimento geral do seu primeiro anúncio de justiça.

A imprensa do capital não fala, mas os artistas e militantes de direitos humanos bem sabem a importância de Soledad Barrett. No romance que agora escrevo, cujo título provisório é “Em busca do terrorista”, tenho a ambição de fazer um inventário da geração de socialistas que eu vi. Nele, a bela Soledad reaparece como uma das personagens.

Divulgo aqui um pequeno trecho da sua volta. Na noite em que acabamos de ver a comovente recriação de Soledad no palco do teatro Hermilo Borba Filho, depois que a atriz Hilda Torres entrou em transe da personagem em cena, transe naquele sentido dos aparelhos, dos médiuns em terreiros, depois da mágica hora em que Soledad ressurgiu, depois disso no café, no pátio do teatro Hermilo, eis que a filha única de Soledad, a sempre menina e jovem Ñasaindy, se aproxima e abraça o ex-preso político Karl Marx.

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