Após matéria da IstoÉ, advogados de Delcídio decidem deixar defesa

Pelo menos dois dos advogados do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) anunciaram na manhã desta sexta (4) que estão deixando sua defesa, por considerarem que houve quebra do acordo entre cliente e defesa, diante das especulações divulgadas sobre uma suposta delação premiada que estaria sendo combinada entre o parlamentar e integrantes do Ministério Público. 

Senador Delcídio Amaral (PT) - Agência Senado

A informação, à qual eles tiveram acesso por meio de reportagem veiculada na revista IstoÉ, teria deixado perplexos esses profissionais, conforme colegas próximos a eles.

A confirmação de que estão deixando o caso os advogados Luiz Henrique Machado e Gilson Dipp (este último, ministro aposentado do Superior Tribunal de Justiça e ex-corregedor nacional de Justiça) foi noticiada pelo site Consultor Jurídico.

Informações de pessoas próximas aos dois são de que até o início desta semana o senador negava ter feito qualquer tipo de acordo com o Ministério Público e, por isso, mesmo que a delação não tenha sido homologada, o senador ao menos deveria tê-los alertado sobre algum depoimento, ainda que tivesse sido feito de modo informal.

Conforme reportagem de Pedro Canário, do Conjur, a avaliação feita por esses profissionais é de que Delcídio, "fragilizado na prisão e abandonado pelo partido e pelos companheiros senadores", teria decidido falar com o Ministério Público. "Depois que ele viu que sua defesa estava bem feita e o caso, bem encaminhado, desistiu. Procurou os responsáveis pelo acordo para tentar voltar atrás, ou mudar a versão sobre algumas informações. E diante da possibilidade de a delação melar, o acordo foi vazado à IstoÉ", acentua a matéria.

Na nota divulgada ontem, por Delcídio do Amaral e um dos seus advogados, Antonio Augusto Figueiredo Basto, o parlamentar diz que não reconhece a autenticidade dos documentos. Figueiredo Basto, que assinou como único advogado da equipe da defesa, é conhecido como um profissional que tem estimulado os clientes a fazer acordos de delação premiada e há especulações em Brasília de que ele teria sido contratado pela família do senador já com esse objetivo de orientá-lo sobre a melhor forma de negociar e aderir ao instrumento.

O advogado Raul Amaral continua atuando na defesa do parlamentar.