Centrais consideraram fascista invasão ao plenário da Câmara

Depois do episódio lamentável desta quarta-feira (16), em que cerca de 40 manifestantes paralisaram a Câmara dos Deputados para pedir uma intervenção militar no Brasil, as centrais sindicais se reuniram e emitiram uma nota oficial de repúdio ao gesto. 

Invasão da Câmara por grupo pedindo intervenção militar - Lúcio Bernardo Jr/Câmara Notícias

Assinaram o documento Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), União Geral dos Trabalhadores (UGT).

Os manifestantes de extrema-direita invadiram o plenário do Congresso por volta das 15h30, quebrando a porta de vidro na entrada. Naquele momento, o primeiro vice-presidente da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), presidia uma sessão com menos de dez deputados presentes. Houve tumulto com os policiais legislativos, e um parlamentar foi chutado enquanto recolhia seus pertences.

 
Entre gritos de “Viva Sérgio Moro” e apologia aos militares, os fascistas disseram que não sairiam enquanto não falassem com Michel Temer – um “comunista”, na visão dos invasores.
 
As centrais alertaram para a escalada de “diversas manifestações de ódio e intolerância política” representada no ato. Confira a nota:
 
NOTA DAS CENTRAIS SINDICAIS SOBRE A INVASÃO DO PLENÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
 
"A invasão do plenário da Câmara dos Deputados por um grupo de aproximadamente quarenta fascistas na tarde de ontem (16/11), defensor da intervenção militar e da supressão das garantias constitucionais, consiste num grave episódio contra a Constituição e a democracia brasileira, e deve ser duramente repelida por todas as forças democráticas do País e pelas mais altas instituições da República.
 
A invasão de ontem soma-se a diversas manifestações de ódio e intolerância política promovidas por grupos radicais, antidemocráticos e minoritários, interessados em conturbar ainda mais o ambiente político e, assim, criar as condições para atacar a democracia e os direitos políticos, sociais e trabalhistas.
 
Não é possível ser conivente com manifestações que visem solapar a democracia duramente conquistada.
 
São Paulo, 17 de novembro de 2016.
 
Vagner Freitas – Presidente da CUT
Paulo Pereira da Silva – Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah – Presidente da UGT
Adilson Araújo – Presidente da CTB
José Calixto Ramos – Presidente da NCST
Antonio Neto – Presidente da CSB"