Frentes mobilizam para atos no dia 31 de março contra reformas

As reformas da Previdência e trabalhista de Michel Temer continuam sendo denunciadas em atos e mobilizações pelo Brasil. As frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo convocam a população para novos atos no dia 31 que se realizarão simultaneamente em todo o país. A exemplo do que aconteceu no dia 15 de março, quando um milhão de pessoas protestaram nas ruas contra a reforma da Previdência, as centrais de trabalhadores também sinalizam paralisação nacional ou greve geral para abril. 

Manifestação na paulista 15 de março contra a reforma da previdencia - Paulo Pinto /Agência PT

A estratégia das mobilizações é denunciar, pressionar e barrar os projetos do Executivo que tramitam no Congresso Nacional e que podem ser votados em abril. São eles a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287, que trata da reforma da Previdência, e o Projeto de Lei 6787/2016 referente à reforma trabalhista.

Na quarta-feira (22), manobra no Câmara dos Deputados aprovou o PL 4302/98 que liberou a terceirização para todas as atividades de uma empresa. Na opinião de dirigentes de centrais, a aprovação do PL que vai à sanção foi o maior ataque sofrido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que rege a relação entre o trabalhador e o empregador. 
O presidente da Casa, Rodrigo Maia, que acelerou o trâmite do PL 4302, avisou que pretende votar em abril a reforma trabalhista e também avançar com a reforma da Previdência. 
“Vamos à luta contra os abutres que estão querendo fazer a rapinagem no Brasil e no povo trabalhador”, convocou em sua página pessoal do Facebook o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e integrante da Frente Povo Sem Medo, Guilherme Boulos. 
A ampliação da participação popular nos atos do dia 15 de março foi destacada em reunião nacional de balanços da Frente Brasil Popular realizada no dia 20 de março. E é essa pressão nas ruas que pode impedir a aprovação das reformas.
“A pressão que os movimentos sociais estão fazendo em torno dos deputados está dando certo”, afirmou a deputada federal Jandira Feghali, na reunião de avaliação. Jandira citou os dias 8, 15 de março e o ato com Lula e Dilma no dia 19, na Paraíba, como importantes tomadas de consciência.
Na opinião de Wagner Gomes, secretário-geral da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), o placar apertado na votação da terceirização (231 a 188), mostrou que a mobilização nas ruas tem surtido efeito na bancada governista, que não quer assumir o desgaste de aprovar uma reforma da Previdência como está proposta.
Confira a convocação de Guilherme Boulos para o dia 31: