Brechtiana brasileira nº 1

*

E poderíamos dizer que tudo está um horizonte azul de rósea tranquilidade.
Ser-nos-ia facultado inclusive declarar que qualquer nuvem é mero acaso no ocaso do dia.
Todavia, a vida – essa devoradora de dúvidas – não nos autoriza berços de Polyana:
Uma guerra lavra-se – comedida, mas guerra:
gesta marchas-à-ré e rupturas,
e convoca,
e alista,
de um e outro lado,
mil exércitos.

Tudo o que fazemos hoje prepara o carnaval de nós
– no lá longe?; no logo ali? – quem saberá?
A avenida vai ficando pronta.
Onde, nossos pandeiros e tambores?

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho