O racismo e internet

No dia 31 de outubro, o perfil da atriz Taís Araújo foi bombardeado por com comentários racistas em uma rede social. Justamente neste dia, assisti a peça em que ela atua com seu companheiro, o ator Lázaro Ramos, intitulada “O Topo da Montanha”, que reinventa o último dia de vida do ativista negro e político americano Martin Luther King, um dos mais importantes líderes do movimento dos direitos civis nos Estados Unidos. Triste ironia.

Casos como estes além de deploráveis, não são isolados. Só no último mês podemos citar vários episódios infelizes envolvendo racismo na internet: uma mulher negra, grávida de três meses, foi vítima de ofensas racistas e machistas depois de entrar em um grupo no Facebook formado por universitários. Ou ainda, um jovem negro, vestibulando em Medicina, que sofreu ofensas racistas após publicar uma mensagem de sorte aos estudantes do Enem. Em julho, a jornalista Maria Júlia Coutinho também foi alvo de internautas. Sem contar os inúmeros casos diários que não são denunciados ou descobertos.

A internet e sua falsa sensação de anonimato apenas deu mais visibilidade ao que ocorre todos os dias, nas ruas, nos estabelecimentos, nas empresas. O que só reforça a necessidade de potencializarmos as discussões sobre o racismo e não nos intimidarmos mediante as ofensas. Racismo é crime, seja no mundo virtual ou real. E como tal, deve ser denunciado e punido. Além dos espaços tradicionais como o Ministério Público e as delegacias, há diversos canais que oferecem suporte e orientação para aqueles que foram vítimas desta chaga da nossa sociedade, como a própria SMPIR, Secretaria Municipal da Igualdade Racial.

É necessário manifestar-se, expor os agressores e não ter medo de lutar pelo que é de direito. Só assim teremos a chance de construir um país mais civilizado e menos desigual.

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