Centrais: Barelli foi um combativo aliado na luta dos trabalhadores
Em nota divulgada nesta sexta-feira (19), presidentes de seis centrais sindicais brasileiras destacaram o legado do economista Walter Barelli, que morreu na noite desta quinta (18), aos 80 anos. Barelli foi diretor técnico do Dieese por mais de 20 anos e ministro do Trabalho no governo Itamar Franco (1992-1994).
Publicado 19/07/2019 17:15

“Sua memória, a de um homem sério, abnegado, comprometido com os trabalhadores e, ao mesmo tempo, afável, humano e agregador, dará sempre força ao movimento sindical. Força que tanto precisamos em momentos conturbados como o que vivemos agora”, afirmaram em nota, os presidentes da CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST e CSB.
Segundo esses dirigentes sindicais, “Barelli entra para a história do Brasil e, em particular, dos trabalhadores brasileiros, como uma pessoa rara, cujas ações tiveram um grande e positivo efeito nos caminhos que o sindicalismo trilhou até aqui”.
Confira abaixo a nota das centrais sindicais:
As centrais sindicais brasileiras estão de luto em razão da morte do companheiro Walter Barelli na noite do dia 18 de julho de 2019.
De família humilde, trabalhou desde cedo e lutou para se formar na faculdade de economia da Universidade de São Paulo. Como intelectual, se dedicou à classe trabalhadora fornecendo material técnico confiável para embasar as reivindicações. Foi militante na Juventude Universitária Católica (JUC) e no Sindicato dos Bancários de São Paulo, como funcionário do Banco do Brasil.
Em 1966, em plena época de repressão e perseguição ao movimento sindical, Barelli tornou-se aos 28 anos, o quarto diretor técnico da história do Dieese.
No Dieese, foi o responsável pela denúncia da manipulação dos índices oficiais da inflação, em julho de 1977. A denúncia foi o estopim para a deflagração da onda de greves no ABC em 1978. A visibilidades desta denúncia permitiu um amplo crescimento do Dieese, que se expandiu pelos estados.
Entre de 1992 e 1994 foi ministro do Trabalho no governo Itamar Franco, entre 1995 a 2002 foi secretário do Emprego e Relações do Trabalho do Estado de São Paulo (SERT), nos governos de Mário Covas e Geraldo Alckmin e entre 2003 e 2007 foi deputado federal pelo PSDB-SP.
O falecimento de Barelli ocorre uma semana antes de ele completar 81 anos. Ele estava internado há três meses, depois de sofrer uma queda.
Sua memória, a de um homem sério, abnegado, comprometido com os trabalhadores e, ao mesmo tempo, afável, humano e agregador, dará sempre força ao movimento sindical. Força que tanto precisamos em momentos conturbados como o que vivemos agora. Barelli entra para a história do Brasil e, em particular, dos trabalhadores brasileiros, como uma pessoa rara, cujas ações tiveram um grande e positivo efeito nos caminhos que o sindicalismo trilhou até aqui.
São Paulo, 19 de julho de 2019
– Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT)
– Miguel Eduardo Torres, presidente da Força Sindical
– Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT)
– Adilson Araújo, presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)
– José Calixto Ramos, presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST)
– Antônio Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB)