O exemplo chinês no combate ao coronavírus

A guerra por aqui ainda não acabou, mas as conquistas já foram muitas

No Hospital Huoshenshan de Wuhan, uma série de quadrinhos e poemas inspiradores enchem os corredores de cordialidade, transmitindo a determinação dos “soldados de branco” para superar a epidemia.

O esforço do povo chinês contra o coronavírus (Covid-19) tem sido gigantesco. E continua. Nada de descuido, pois o inimigo tem se mostrado astuto e destruidor. Muitas vezes se encuba sorrateiramente, quase sem deixar sinais. E quando menos se espera, ele aparece em diferentes lugares, derrubando pessoas, paralisando cidades e causando incalculáveis prejuízos econômicos.

Há praticamente dois meses, a China está em uma luta diuturna, enfrentando sem tréguas esse que tem sido o seu maior inimigo desde o início dos anos 80, quando se iniciou o processo de reforma e abertura, liderado por Deng Xiaoping.

Cidades isoladas, ruas esvaziadas, o comércio fechado e grande parte da produção paralisada. E, literalmente, milhões e milhões de pessoas entrincheiradas em seus apartamentos, lutando contra esse surpreendente inimigo. 

No entanto, apesar da força destruidora dessa epidemia, a China parece ter encontrado o caminho correto para vencê-la. E agora que o vírus está chegando a outras partes do mundo, o exemplo chinês de como combatê-lo deve ser cuidadosamente estudado, pois pode ser muito útil, além de ajudar a salvar muitas vidas, seja nessa ou em outras situações semelhantes.

A guerra por aqui ainda não acabou, mas as conquistas já foram muitas. Além do mais, algumas lições já são muito claras.

A primeira, é que a prioridade máxima deve ser a proteção da população e que esse objetivo maior deve está acima de qualquer cálculo econômico desumanizado. Com o povo saudável e confiante, prejuízos setoriais e circunstanciais logo serão recuperados. Nesse sentido, o governo, sob a liderança do presidente Xi Jinping, não tem medido esforços para mobilizar os recursos materiais e humanos necessários para o enfrentamento da epidemia.

A segunda grande lição é de que a consciência e a participação do povo nessa batalha são essenciais. Nessa luta, os papéis podem ser diferentes, mas a responsabilidade é de todos.

Por fim, outra grande lição é a importância da solidariedade. Por aqui, percebemos que todo o povo chinês está unido e solidário com o seu país, consciente de que somente dessa forma se pode ser realmente exitoso, enfrentando com confiança e firmeza qualquer dificuldade. Aliás, isso deve transcender qualquer fronteira.

Eu, particularmente, depois de quarenta dias sem sair uma única vez de casa, deixei hoje a minha trincheira em Shaoxing, onde vivo com a minha esposa Ningning, e vim para Hangzhou, cidade onde trabalho.

Nesses quase 60 quilômetros até Hangzhou, caminhei, senti o vento, peguei trem e ônibus públicos. E no percurso, vi que muitas vendas já estavam abertas e que nas ruas carros e pessoas voltavam a circular…

Que alegria é sentir o triunfo da vida!

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